Uma edição menos colorida

A 15.ª edição da Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, que tem início hoje, na cidade do interior do Rio Grande do Sul, terá mudanças significativas. Para quem estava acostumado com a imagem da lona de circo, a nova estrutura pode causar estranheza num primeiro momento. Sai o colorido da lona do palco principal, entra o branco dos pavilhões cobertos de lona.

De acordo com a coordenadora da Jornada, Tânia Rösing, a troca aconteceu devido ao alto valor cobrado pelos proprietários da antiga estrutura. "A lona de circo é magnífica, é mágica, remete à infância, mas precisamos ser objetivos em termos de pagamento. Tivemos de substituir pelos pavilhões porque o preço era inviável", ressalta.

A nova fase, como a própria Tânia define, não interfere na acomodação dos participantes. A capacidade do palco principal continua a mesma. Outros espaços foram agregados, como o Festival de Gastronomia, com oficinas e aulas temáticas, e o pavilhão Centro de Lazer e Cultura Popular, voltado para o público jovem.

Nos momentos de progra­­mação livre, o Palco Jovem oferece games, além do Espaço Hacker, da Brinquedoteca e da Robótica. "A escola hacker já impõe o não uso de um software de determinada empresa, mas um software livre. Essa escola vai trabalhar com outra mentalidade entre as crianças para verificar qual a consciência que o hacker tem na sociedade, que críticas ele faz, quais informações ele tem para poder transformar a sociedade", diz Tânia.

Debates

Pela primeira vez será realizado no evento promovido pela Universidade de Passo Fundo (UPF), um Encontro Internacional de Bibliotecários e Mediadores de Leitura. Convidados da Colômbia, Chile, Argentina, Portugal e Brasil irão debater as novas possibilidades de integração entre a biblioteca e a comunidade. Da Colômbia serão apresentadas as bibliotecas-parque e as bibliotecas de Medellín. Da cidade colombiana, vem a proposta de mobilizar uma comunidade ameaçada pela violência a destinar recursos para a construção de bibliotecas.

"Até quando professores e alunos precisarão ser abrigados em lonas? Por que tantos estádios para futebol e por que nenhuma verba para a construção definitiva de uma sede para uma movimentação cultural que já atinge 32 anos?", questiona a coordenadora.