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Sessão de Terapia
GNT, de segunda a sexta-feira, às 22h30. Duração: 30 minutos.
A série israelense BTipul iniciou um fenômeno mundial. Produções iguais a ela, com roteiros adaptados e artistas locais, foram rodadas em exibidas em vários países. Os brasileiros, que já tinham podido acompanhar a versão norte-americana, dirigida por Rodrigo Garcia e estrelada por Gabriel Byrne, exibida pela HBO, agora veem uma versão local, dirigida por Selton Mello. Foi um passo ousado de Selton e, agora se sabe, um passo certeiro. A primeira semana de exibição de Sessão de Terapia, no GNT, mostrou que ele acertou a mão.
O desafio não é pequeno para o diretor e para os atores. Sessão de Terapia se apoia na autenticidade. A cada dia da semana, o terapeuta Theo, interpretado por Zécarlos Machado, recebe um paciente em seu consultório. Na sexta-feira, é dia de acompanhá-lo na sua própria sessão de terapia com Dora, personagem de Selma Egrei. O cenário, portanto, é sempre uma sala e os personagens pouco se movem. A câmera também não passeia muito: vai do terapeuta para o paciente e vice-versa. É como se estivéssemos no consultório, espiando a sala de Theo por um buraco de fechadura. O que nos mantém atentos é o que as pessoas na sala dizem, são seus problemas e suas personalidades que vão se revelando de forma poderosa. Se tudo soasse falso, seria uma dramaturgia chata. Mas a versão brasileira não é chata longe disso. Consegue a autenticidade e a tensão necessárias para nos fazer íntimos de todas aquelas pessoas.
Sessão de Terapia depende da interpretação dos atores. Na primeira semana, alguns se revelaram excelentes. Sérgio Guizé conseguiria convencer até sua própria mãe de que se transformou em um atirador de elite da polícia, obrigado a sentar no sofá do psicólogo depois que matou acidentalmente uma criança. Mariana Lima está excelente como a mulher que cogita abortar e enfrenta a resistência do marido (André Frateschi). Bianca Müller lembra bastante a atuação de Mia Wasikowska na série norte-americana: ela é a adolescente ao mesmo tempo ácida e ingênua, agressiva com Theo (aliás, todos os pacientes são), mas carente. Maria Fernanda Cândido estreou bem como a mulher que está deixando um relacionamento e que se apaixona pelo terapeuta. Ainda pode ser mais convincente, mas já é a melhor atuação dela em televisão.
Zécarlos Machado está com o fardo mais pesado, interpretar o terapeuta que precisa se conter diante de seus pacientes enquanto, ele próprio, amargura dificuldades na vida pessoal. Gabriel Byrne colocou os parâmetros para comparação nas alturas. O seu Paul Weston tem um corpo de pedra e um olhar que transmite dez emoções diferentes em cada take, uma permanente tensão que escapa no tom de voz. Zécarlos fez, nos episódios da primeira semana, um terapeuta um pouco mais suave que o de Byrne. Vamos ver como ele sustenta a tensão ao longo dos próximos 40 episódios desta primeira temporada.
Se Sessão de Terapia for bem-sucedido, será uma mostra de maturidade do público. Nada mais distante da média da programação brasileira de tevê do que essa série baseada em uma dramaturgia inteligente e no trabalho dos atores.
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