Cinema
Confira informações deste e de outros filmes no Guia da Gazeta do Povo.
Um filme que abre com um close de Marieta Severo fumando um cigarro de maconha deixa claro que seu personagem não terá nada a ver com a Dona Nenê de A Grande Família. Em Vendo ou Alugo, que estreia hoje nos cinemas e surfa na onda do humor politicamente incorreto (que costuma ser o melhor), há boas piadas, sem dúvida (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo). É uma pena que a produção peque pelo exagero, reunindo na mesma cena um pastor ladrão, um estrangeiro bocó, uma ambientalista chata e trocadilhos como "bofe" no lugar de Bope.
Os clichês enfraquecem o longa-metragem, que termina no maior climão de novela, com direito a festa e "6 meses depois" em que todos casam ou engravidam. Aliás, os diálogos repetitivos ao estilo da teledramaturgia são o que mais frustra.
Se engatasse uma terceira, o filme de Betse de Paula tiraria melhor proveito de seu bom argumento: uma família de quatro mulheres falidas e presas a uma casa, deixada em herança para todas elas e ao redor da qual cresceu uma favela carioca.
A tentativa de vender o imóvel já dura sete anos, mas neste dia especial (outro mérito do filme, que se passa do nascer ao pôr do sol) dois compradores em potencial (o pastor e o gringo) poderão ser enrolados e finalmente fazer uma oferta pela mansão.
Para tapar buracos de bala e infiltrações, a chefe de família, Maria Alice (Marieta Severo) não hesita em usar de "vaso" um garoto da favela ensanguentado o dia fatídico cai justo na tomada da favela pela polícia pacificadora. Para completar, é dia de entrega dos docinhos eróticos para chás de panela feitos por Maria Alice, que também precisa entregar mais uma tradução de manuais de metralhadora encomendados pelos vizinhos traficantes.
Na sala, alheias à confusão, o grupo de amigas idosas Tartarugas, encabeçadas por Nathalia Timberg, põe fogo no circo, enquanto romances acendem espalhados pelos cômodos da casa. GG1/2
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