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| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

300 mil pessoas assistiram à programação da Corrente Cultural, iniciada em 3 de novembro e encerrada com grandes shows no centro da cidade durante o último fim de semana, de acordo com a Fundação Cultural de Curitiba.

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Até o ano passado chamado de Virada, o último fim de semana da Corrente Cultural foi sucesso de público em 2013, atraindo 160 mil pessoas só no palco da Boca Maldita, de acordo com a organização.

Considerando a programação que iniciou no dia 3 de novembro, em diversos espaços da cidade, o número divulgado pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC) chega a 300 mil.

Alguns problemas técnicos, presentes nas edições anteriores, voltaram a acontecer (confira nesta página). Na Praça Carlos Gomes, a montagem do palco para shows como o do grupo mineiro Uakti (sábado, 15 horas) gerou atrasos e não foi bem-sucedida na sonorização. A falha no som também foi percebida nos outros dois maiores palcos, o Conexões e o Riachuelo, onde faltou volume nas apresentações de maior público, como a de Criolo, que reuniu, no domingo, cerca de 40 mil pessoas, conforme a estimativa dos organizadores.

Houve ocorrências policiais: de acordo com nota oficial divulgada pela Polícia Militar, 32 pessoas foram abordadas e 4 levadas à delegacia – uma das prisões foi registrada em vídeo e compartilhada nas redes sociais como se envolvesse um menor; na nota, a PM diz se tratar de um jovem de 19 anos, "encaminhado por desacato, desobediência e porte de maconha, sem lesões."

Mas o balanço foi de um evento sem incidentes graves e bem-sucedido em promover o encontro da população nas ruas, como em edições anteriores. Com avanços na programação, que reuniu nomes fortes e atraiu um público amplo.

Este foi o principal êxito do evento na avaliação de Luci Daros, coordenadora da Virada Paraná – a edição estadual do evento, tocada pelo governo do estado, responsável pelo Palco Conexões.

"Para nós, superou as expectativas em relação a tudo. [A participação da população] não foi surpresa, porque Curitiba sempre tem uma receptividade muito boa da Virada e da Corrente Cultural. Mas percebemos que o público que aderiu foi maior devido à programação diversificada que fizemos. Não foi só o público que mora na região central, mas também o de fora. Podemos dizer que houve descentralização", diz Luci.

Não é possível se falar em recorde de público, mas, de acordo com o superintendente da FCC, Igor Cordeiro, o número de artistas participantes não tem precedente. "Mais de 400 grupos artísticos participaram. É um recorde absoluto", afirma Cordeiro. "Na verdade, o que mais nos interessa na Corrente é o seu resultado como política pública cultural. Não é só um evento. Tem um objetivo de envolver toda a cadeia da economia criativa, da cultura da cidade."

Rodrigo Barros, do grupo Maxixe Machine, que se apresentou no Palco Ruínas, questiona o potencial da Corrente Cultural nesse sentido. "Isso requer uma política pública de fato, que leve visibilidade para o meio. O evento tem uma duração pequena. É um começo, mas é pouco também", diz o músico, que critica ainda a divulgação da programação da Corrente Cultural antes da publicação do edital que selecionou as atrações de Curitiba, o que prejudicou a divulgação dos nomes locais. Mas ele avalia que os artistas de Curitiba tiveram nesta edição um espaço melhor do que nas anteriores. "Pela primeira vez teve um palco para os músicos da cidade que prestou, um palco bacana", avalia.

Deu certo

Confira o que funcionou na Corrente:

Blitzmania

Com uma apresentação cheia de energia e um repertório de muitos sucessos, o show da banda carioca Blitz foi um dos grandes destaques da Corrente Cultural.

Hip-hop

A escalação de muitos artistas importantes do samba e do hip-hop foi uma forma de celebrar com festa a cultura afro-brasileira na semana em que a Justiça extinguiu o feriado do Dia da Consciência Negra em Curitiba.

Palco local

Os palcos que concentraram os artistas locais como o TUC e o palco Ruínas ficaram lotados durante todo o evento.

Microfone democrático

Uma das novidades deste ano, o palco Chega e Toca, na Rua Monsenhor Celso, foi responsável por alguns dos momentos mais divertidos para o público que parou para ver e para os artistas profissionais e amadores que ali se apresentaram.

Artistas

Em geral, as atrações da Corrente Cultural tinham tanto popularidade quanto qualidade artística, fazendo desta edição uma das melhores em termos de programação.

Deu errado

Nem tudo foram flores no festival:

Nomenclatura

É compreensível que a prefeitura queira chamar o evento de Corrente Cultural, já que várias atrações começam na cidade antes dos dois dias que concentram as maratonas de shows nas ruas. Mas o nome não pegou. Das pessoas, e até dos artistas, o que se ouvia era "Virada." O governo do estado, que realizou o evento em parceria com a prefeitura, deu o nome Virada.

Cancelamento

A Corrente Cultural acabou perdendo o Palco MON, que seria montado na parte externa do museu. As atrações foram transferidas para o auditório Poty Lazzarotto, no museu, ou para o palco Boca Maldita. A Orquestra Sinfônica do Paraná ficou no Teatro Guaíra. Uma pena, visto que seus concertos ao ar livre estiveram entre os bons momentos das edições anteriores.

Palco na subida

O palco da Praça da Espanha, foi colocado no alto da Rua Saldanha Marinho, enquanto o público ficava na descida côncava da praça. Quem estava atrás da primeira fila teve dificuldades para ver o palco.

Som

Faltou volume nos shows mais lotados da Corrente, como Martinho da Vila e Criolo.

Violência

Apesar de não terem sido registradas ocorrências gra­­ves, um vídeo mostra uma abordagem truculenta da polícia a um jovem que assistia ao evento.

Homenagem a Waltel

Ravi Brasileiro estava longe de ser um dos nomes mais esperados da Corrente Cultural. Mas o horário de seu show em homenagem a Waltel Branco – com a participação do próprio – entre os shows de Gaby Amarantos e Moraes Moreira fez com que o nome mais celebrado do evento fosse visto por poucos.

Colaboraram Isadora Rupp e Sandro Moser.

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