BERLIM - Um dia atípico no inverno berlinense, com sol e frio suportável, marcou o início do 59º Festival de Berlim na última quinta-feira.
The International, um suspense de Tom Tykwer, mostrado fora de concurso, que abriu o evento, foi bem-recebido na sessão prévia para a imprensa.
O filme segue o agente da Interpol Louis Salinger (Clive Owen) e Eleanor Whitman (Naomi Watts), obcecados em desmantelar um grave caso de corrupção e assassinatos numa das entidades bancárias mais poderosas do mundo.
Nas investigações das ações ilegais do banco e seguindo as pistas criminosas de Berlim a Milão e de Nova Iorque a Istambul, a tenacidade da dupla acabará por colocar suas próprias vidas em perigo.
A trama do suspense mostrou-se bastante "atualizada" com o que está acontecendo hoje no mundo das finanças. Em diversos momentos, o filme parecia quase um documentário.
Após a projeção, Tykwer deu uma entrevista coletiva, da qual participou a Gazeta do Povo. Leia os principais trechos.
A proximidade do tema tratado no filme com a realidade atual dos bancos foi intencional?
Tom Tykwer Claro que o filme não está relacionado com o que está acontecendo hoje, uma vez que ele foi planejado há cinco anos atrás. Nessa ocasião, a idéia de um banco ser o "vilão" era muito atraente. Mas, obviamente, eu não gostaria de ver a atual crise mundial associada ao filme.
Houve contatos com os bancos para a pesquisa sobre o filme?
Falamos com muita gente sobre as atividades bancárias, mas, quanto mais nos aprofundávamos, mais víamos como o negócio dos bancos é difícil. Em última análise, o filme é ficção, mas reconheço que não está muito longe da realidade.
Há alguns comentários sobre a duração do filme (118 minutos), que poderia ser menor. Você concorda?
Eu não escolho o filme pelo tempo que eles duram e sim pela atmosfera que eu posso criar. Se é grande ou pequeno, qual será o orçamento ou em que língua é falado, são coisas que não me importam muito. Por exemplo, eu já fiz um filme na África, que custou US$ 30 mil.
The International é o seu primeiro trabalho com estúdio. Foi muito diferente dos anteriores?
Não houve grandes mudanças. Eu fiz o filme com a mesma equipe que trabalhou nas minhas outras produções, como o fotógrafo Frank Griebe e a montadora Mathilde Bonnefoy. Foi uma condição que estabeleci desde o início porque não sei fazer nada sem eles. Você já vinha inserindo em seus filmes pinceladas de suspense. Por que agora decidiu assumir pelo gênero?
Eu gosto de thrillers e acho que o público também tem uma intimidade grande com eles. É importante quando fazemos um filme, tentar realizar algo que os espectadores não esquecerão. Levei muito tempo até encontrar um projeto que eu julgasse apropriado e também foi um longo tempo seis anos para desenvolvê-lo. Acho que consegui fazer como eu queria e devo muito a Eric, que escreveu o roteiro com a clareza que eu precisava.
Milão, uma das locações do filme, é conhecida pela dificuldade em se filmar lá? Houve problemas?
Não. Pelo contrário, as agências oficiais nos ajudaram bastante e eu sou grato a elas.
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