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Catherine Frot vive a chef Hortense Laborie, que enfrenta a burocracia e o machismo no palácio presidencial da França | Divulgação
Catherine Frot vive a chef Hortense Laborie, que enfrenta a burocracia e o machismo no palácio presidencial da França| Foto: Divulgação

Filme

Os Sabores do Palácio

(Les Saveurs du Palais, França, 2012). Direção de Christian Vincent. Com Catherine Frot e Jean d’Ormesson. Europa Filmes. 95 min. Classificação indicativa: 12 anos. Locação e venda. Preço médio: R$ 39,90. Comédia dramática.

A comédia dramática Os Sabores do Palácio não é, apesar do que seu título pode fazer imaginar, um filme sobre culinária.

Baseado nas memórias de Daniele Delpeuch (que, na trama, chama-se Hortense Laborie), chef pessoal do presidente da França François Mitterand durante dois anos, o longa-metragem de Christian Vincent discute, bem mais do que comida, os desafios enfrentados por sua protagonista.

Interpretada com brilho por Catherine Frot, Hortense é uma mulher inteligente, sensível, muito inventiva no fogão, mas de origem provinciana. O filme trata, portanto, menos sobre cozinha e mais a respeito do choque que ela vivencia diante da burocracia, até certo ponto previsível, e o machismo, para ela surpreendente, no seu cotidiano dentro do Palácio Elysée, em Paris.

Embora tenha uma ambientação caprichada, falta tanto ao roteiro quanto à direção de Vincent um pouco mais de sutileza e inventividade. Para compensar, é notável a química entre Catherine Frot e o escritor Jean d’Ormesson (da Academia Francesa), que surpreende em sua estreia na tela como Mitterand.

Hortense é tratada pelo filme como uma espécie de figura heróica mítica, às voltas com mil e uma barreiras para atingir seus objetivos. Isso empresta à história, verídica na origem, um caráter um tanto esquemático e previsível. Falta-lhe realismo.

A personagem é hostilizada pelo chef oficial do palácio e sua equipe, que, como se estivessem a lidar com uma sonhadora interiorana, insistem em não lhe permitir que realize seus pratos, impondo-lhe limitações orçamentárias e entraves burocráticos o tempo todo. Há algo de maniqueísta e simplista nessa opção.

Esquema

Uma boa sacada do roteiro de Os Sabores do Palácio é começar pelo fim, ou melhor, por um ponto na vida de Hortense em que ela já não é mais chef no palácio presidencial, e encontrou um caminho muito diferente: quatro meses depois de deixar o Elisée, ela ocupa o cargo de cozinheira na estação francesa na Antártida.

A narrativa é desencadeada pela curiosidade de uma jornalista que descobre quem ela é, e faz com que a história de Hortense vá e venha no tempo, entre o requinte palaciano e o branco polar em um filme interessante, ainda que falho. GG1/2

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