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Deborah Colker: coreógrafa traduz em movimentos os versos de Alexander Pushkin | Divulgação
Deborah Colker: coreógrafa traduz em movimentos os versos de Alexander Pushkin| Foto: Divulgação

Adaptação

Stoklos reflete negações

Escrito, dirigido e apresentado pela paranaense Denise Stoklos, Preferiria Não?, 27º espetáculo da carreira da artista, estreia no Festival de Curitiba calcado nos preceitos do Teatro Essencial – modalidade criada por ela e que acontece a partir da leitura do público.

Adaptada do conto "Bartleby, O Escriturário", do norte-americano Herman Melville, a peça apresenta diversos momentos da vida em que dizemos "preferiria não". No palco, a negação vai ao encontro de uma sociedade que precisa ser rejeitada, discutindo o consumo e o individualismo.

Inspirada no romance Eugenio Oneguin, do escritor russo Alexander Pushkin (1799–1837), a carioca Deborah Colker e sua companhia de dança apresentam a pré-estreia do novo espetáculo do grupo, Tathyana, no Festival de Curitiba. Após pesquisar diversos enredos, a coreógrafa se encantou pela sinopse da obra, um romance em versos, originalmente publicado em 1831. "Li vários libretos em um livro do [coreógrafo George] Balanchine, resolvi ler o romance de Pushkin e me apaixonei" conta Deborah, em entrevista por e-mail à Gazeta do Povo.

O espetáculo leva o nome de uma das personagens do livro, Tathyana, envolvida em uma relação amorosa complicada entre sua irmã Olga, o poeta Lenski e o frio Oneguin. "[Eugênio] Oneguin é um livro sobre as transformações desses personagens, sobre a escolha da vida. É uma história de amor, mas também de crescimento, de amadurecimento, então de perdas, de mortes, de reflexão."

O desafio para Colker foi, pela primeira vez, transmitir ao público os sentimentos de uma obra literária e mergulhar na música erudita – a trilha sonora é formada por obras de compositores russos de diferentes períodos, como Rachmaninov, Prokofiev, Stra­visnky e Tchaikovsky . "Tive medo, sofri, mas agora entendo por que tive que fazer este espetáculo assim. E, quando entendi e percebi minha sinceridade com minha experiência de vida, pude ter certeza de estar traduzindo hoje, com meu olhar, um romance que teve a força de ser escrito no século 19 e de estar vivo e necessário até hoje", finaliza.

* * *

Serviço:

Tathyana. Guairão. Dias 9 e 10 de abril, às 21 horas.

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