O fotógrafo Orlando Azevedo abre hoje uma exposição em sua galeria-ateliê, localizada na Rua Julia Wanderley,161, em Curitiba, com 22 imagens da sua última expedição ao litoral paranaense, que avançou até o sul de São Paulo. É uma pequena amostra do material captado por Azevedo e que está no livro recém-lançado Lagamar. O projeto consumiu um ano, dividido em várias incursões à região, que vai de Guaraqueçaba, no Paraná, até Iguape, em São Paulo. Segundo Azevedo, são 1,5 terabyte de arquivos de fotografias feitas nas viagens realizadas entre 2011 e 2012.
"Só de fotos de embarcações do capítulo Mito dava para fazer um livro. As embarcações são as tatuagens do caiçara. Onde ele marca sua individualidade, uma coisa lindíssima. As cores são muito fortes, muito intensas. De repente você está no meio do Lagamar, naquela neblina. Você está com uma cortina de neblina, de repente vem aquela coisa laranja na tua frente. Você acorda, literalmente."
O livro tem cerca de 600 fotografias e tiragem de 3 mil exemplares. Custa R$ 100 e pode ser adquirido no ateliê de Azevedo. A expedição levou quase três anos para sair do papel. Com patrocínio da Volvo, Itambé, BRDE, Terminal de Contêineres de Paranaguá e do Ministério da Cultura, Azevedo conseguiu dar sequência ao trabalho que ele considera seu projeto de vida: a Expedição Coração do Brasil. A nova obra, o quinto livro da série, começa por Paranaguá, que o fotógrafo chama de uma cidade "maltratada", mas que tem para ele o "casario mais importante da arquitetura do estado".
"O estuário está aqui do lado e pouca gente sabe que é um complexo biológico importante, tão importante quanto o Amazonas. Uma região belíssima."
Açorianos
A expedição ao Lagamar e o próximo projeto de Azevedo fotografar Santa Catarina não deixam de ter um lado afetivo para o fotógrafo. Português dos Açores, Orlando Azevedo chegou ao Brasil em 1963, mas agora busca mostrar a influência açoriana no litoral paranaense e no Sul do Brasil. "O Lagamar tem uma grande influência açoriana, desde o barreado, que é um prato açoriano, que depois incorporou a cultura indígena, a farinha, o pirão, e virou um prato com marcas paranaenses", conta Azevedo.
As 22 fotografias escolhidas por ele para a mostra que abre hoje foram ampliadas em papel algodão, que valorizam e realçam a qualidade do trabalho. A ampliação das imagens foi feita na A Photo, em Curitiba, que atende a fotógrafos de várias partes do país interessados em ver seus trabalhos em fine art. A exposição de Azevedo fica em cartaz até o final de dezembro. Vale a pena conferir. GGGG
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