Conhecido do grande público como o criador de diversas "Helenas", o autor Manoel Carlos (de Páginas da Vida e Mulheres Apaixonadas, atualmente em reprise na sessão Vale a Pena Ver de Novo), foi um dos responsáveis por levar à telinha a vida de outra personagem feminina tão intensa quanto suas heroínas, mas cujos dramas extrapolam o universo ficcional: Maysa (1936 1977), polêmica cantora e compositora paulistana, sucesso nas décadas de 1960 e 70.
No ar desde a segunda-feira passada (5), sob direção do filho da cantora, Jayme Monjardim, a minissérie Maysa Quando Fala o Coração, escrita por Manoel Carlos, já entrou para a história da televisão brasileira devido aos altos índices da audiência registrados pelo ibope durante seu primeiro capítulo uma média de 29 a 32 pontos (cada ponto equivale a 60 mil televisores sintonizados na Rede Globo somente na Grande São Paulo).
Protagonizada pela até então desconhecida Larissa Maciel, Maysa Quando Fala ao Coração reconstitui a trajetória da cantora desde sua infância até o trágico acidente de carro na ponte Rio-Niterói, que lhe tirou a vida em 1977.
A homenagem de Jayme Monjardim à mãe, foi definida por Manoel Carlos como "um dos trabalhos mais difíceis e prazerosos" da carreira do autor, que chegou a conviver com Maysa. Em entrevista por e-mail ao Caderno G, Maneco falou sobre o processo de escrita da elogiada minissérie. Confira a seguir algusn trechos da conversa.
Gazeta do Povo O que diferencia a criação de uma telenovela da de uma minissérie?
Manoel Carlos A minissérie, além de mais curta, tem um andamento diferente, com menos repetições, já que os temas não precisam ser tão reiterados. Ela tem um ritmo mais acelerado do que as novelas. As histórias estão concentradas em poucos núcleos ou num único, como no caso da Maysa Quando Fala o Coração.
No caso de Maysa Quando Fala o Coração, como foi o processo de elaboração do roteiro, uma vez que se trata de uma obra fechada e a respeito de um personagem histórico?
Exatamente como eu fiz Presença de Anita, quanto ao formato. Distribuição pelos capítulos do que eu quero contar. O fato de ser personagem histórico só exige uma pesquisa mais rigorosa.
De que maneira o Jayme Monjardim interferiu no seu processo de criação, uma vez que, além de diretor, ele é filho do personagem central?
Ele não interferiu. Tive ampla e total liberdade de criar a escrever o que eu achasse que deveria ser criado e escrito. O Jayme, antes de filho da Maysa, é um profissional perfeito.
Quão importante é a música na minissérie? De que forma você trabalhou os bastidores da produção musical à época?
O trabalho maior, nesse quesito, é o do diretor musical, não meu. Como se trata de uma minissérie sobre uma cantora, que eu conheci inclusive, não encontrei dificuldade de fazer a minha parte.
Houve algum desconforto em relação à família Matarazzo?
Claro que não. Tudo foi muito bem pensado e realizado, sem necessidade de criar qualquer desconforto. Os acontecimentos envolvendo diretamente o nome Matarazzo são do conhecimento de todo mundo, estando inclusive nos livros.
Há rumores de que sua próxima novela terá uma Helena negra, vivida por Taís Araújo. É verdade? Qual o tema central da trama?
Me desculpe, mas entrevista sobre a minha próxima novela está fora do contexto desta matéria, que é sobre a minissérie Maysa Quando Fala o Coração. Oportunamente, quando chegar o momento certo, terei prazer em conceder entrevista sobre Viver a Vida.
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Serviço
Nesta semana, a minissérie Maysa Quando Fala o Coração será exibida a partir de terça-feira (13), após o Big Brother Brasil 9.
Excepcionalmente a coluna do escritor Domingos Pellegrini não será publicada nesta edição do Caderno G.
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