Show
Led Zeppelin Celebration Day
Warner Music. R$ 44,90 (2 CDs), R$ 74,90 (2 CDs + DVD) e R$ 89,90 (2 CDs + Blu-ray). Rock.
10 de dezembro de 2007: as luzes se apagam em meio aos gritos da multidão e o telão da O2 Arena, em Londres, exibe uma reportagem de um telejornal do dia 5 de maio de 1973, data em que o Led Zeppelin entrou para a história ao atrair "o maior público já reunido no mesmo lugar para assistir ao show de uma única banda na história mundial". A apresentação aconteceu no Estádio de Tampa, na Flórida, Estados Unidos, e quebrou o recorde atingido pelos Beatles em 1965.
De volta a 2007: após alguns segundos, as luzes se apagam novamente. No escuro, entram no palco Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e Jason Bonham (representando o pai, John Bonham, morto em 1980). As luzes voltam a brilhar em uma explosão que acompanha os primeiros acordes de "Good Times Bad Times", primeira música do disco de estreia do grupo, nunca executada ao vivo até então.
Dos 20 milhões de fãs que tentaram, apenas 18 mil felizardos conseguiram pela internet um ingresso para a apresentação, realizada em homenagem a Ahmet Ertegun (1923-2006), fundador da Atlantic Records e amigo da banda, morto após uma queda nos bastidores de um show dos Rolling Stones em Nova York. Agora, essas 20 milhões de pessoas que ficaram de fora mais algumas dezenas de milhões que nem sequer teriam como ir podem viver as emoções daquela noite única com o lançamento em CD, DVD e Blu-ray do show Celebration Day.
Superação
O grau de expectativa quanto ao show era altíssimo. Jimmy Page havia fraturado um dedo em novembro, postergando o show em um mês. Além disso, todos esperavam para ver como ficaria o Zeppelin com Jason Bonham substituindo seu pai na bateria e se ele conseguiria recriar a química rítmica com o baixista e tecladista John Paul Jones. Pairavam dúvidas se Plant daria conta de atingir as notas mais agudas das canções e havia ainda as sombras das duas péssimas tentativas de reunião da banda no Live Aid, em 1985 (com Phil Collins e Tony Thompson na bateria) e no Aniversário de 40 Anos da Atlantic Records, três anos depois.
Todas essas incertezas caem por terra após os primeiros dez minutos de show. Além do dedo recuperado, Page mostra ainda ser um dos melhores guitarristas vivos da história. Jason claramente estudou os mínimos detalhes das baterias do pai e seu entrosamento com os demais músicos é evidente. E Plant, que inicialmente investe em linhas vocais mais graves, se solta ao longo da performance, alcançando agudos difíceis como os de "Kashmir" com uma perfeição assustadora.
Impressiona também o repertório do show: 16 clássicos de todas as fases do grupo, escolhidos a dedo e ensaiados à exaustão durante seis semanas. Tudo isso sem nenhum artifício nada de convidados especiais, orquestras ou efeitos pirotécnicos. Apenas Plant, Page, Jones e Bonham, por uma noite e nada mais. GGGGG
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