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Naná Vasconcelos, músico | Otavio de Souza/Divulgação
Naná Vasconcelos, músico| Foto: Otavio de Souza/Divulgação

Serviço:

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O que faz de Naná Vasconcelos um dos maiores músicos do mundo é a revolução que o pernambucano fez ao imprimir autonomia criativa à percussão, antes limitada a acompanhar os bateristas. Uma de suas marcas é o conceito sonoro que cria a partir dos mais diversos instrumentos – ideia central na série de shows Naná Vasconcelos Convida: Lui Coimbra, que ocorrem de a­­ma­­­­­­nhã a domingo, no Teatro da Caixa, em Curitiba (Veja o serviço completo do show no Guia Gazeta do Povo).

Naná e Coimbra (que toca violoncelo, rabeca, violão e contrabaixo) apresentam juntos um repertório quase sem interrupções, que vai do erudito de Villa-Lobos e o folclórico de Elomar à canção de Zeca Baleiro. Parceiros já há algum tempo (se conhecem desde 2002), o os músicos interagem em solos, composições próprias, improvisos e até experimentos com elementos eletrônicos. "É uma conversa nossa. Um passa a bola para o outro, como se estivesse na pequena área", brinca Naná, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo.

Viagem

O músico diz que usa a percussão como uma "orquestra de sonoridades" para, passeando pelo repertório, mostrar cenários do Brasil. Assim acontece no concerto "O Berimbau" – com o instrumento da capoeira, que se tornou símbolo de Naná; e na peça "Vamos pra Selva", em que propõe o que chama de "música visual" com referências à Floresta Amazônica. "Acredito muito no potencial visual da música. Heitor Villa-Lobos mostrou isso em ‘O Trenzinho do Caipira’. É como se você estivesse na janela de um trem, vendo paisagens do Brasil", diz o percussionista.

Esse tipo de viagem imagética é a espinha dorsal do show, de acordo com Coimbra. "Organizamos de modo que sejam cenas, como uma viagem visual. Uma música entra na outra; fazemos parte solo e parte juntos. A ideia é que pare poucas vezes", diz o violoncelista, que também tem músicas próprias no show.

Brasil profundo

Entre elas estão textos de Mário Quintana que musicou. Junto a referências afrobrasileiras e folclóricas, como cirandas antigas e o maracatu (ritmo essencial na obra de Naná), elas levam a viagem ao "Brasil profundo", diz Coimbra. "É uma viagem por brasis que as pessoas nem sempre – ou quase nunca – estão ouvindo no rádio, mas com que se identificam, porque fazem parte da alma brasileira", diz.

Para conseguir este efeito, a percussão mágica de Naná Vasconcelos é o elemento fundamental, de acordo com Coimbra. "Isso está na forma como ele construiu a carreira de percussionista: quando você escuta, é transportado para outro ambiente. O som dele tem essa magia", diz Coimbra. "Hoje em dia, ele se tornou um grande amigo meu. Mas nunca me es­­queço do encanto, até porque sempre fico encantado ao estar no palco com ele", diz. "Procuro embarcar nessa viagem."

Serviço:

Naná Vasconcelos Convida: Lui Coimbra. Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. De amanhã a sábado, às 20 horas, e domingo, às 19 horas. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada) e devem ser comprados na bilheteria do teatro, de terça a sexta-feira, das 12h às 20h, sábado, das 16h às 20h e domingo, das 16h às 19h. Sujeito a lotação.

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