Quando havia menos de uma hora para começar o show da banda americana Unknow Mortal Orchestra em Curitiba, nesta quarta-feira (27), a produção precisou lidar com um baita contratempo. O compositor, vocalista e guitarrista da banda - o neozelandês Ruban Nielson - sumiu!
Após hábil trabalho de investigação dos produtores, o músico foi encontrado se refestelando à mesa do premiado restaurante Manu, no bairro Batel.
Elementar: um dos principais sites de dicas para viajantes define a proprietária Manu Buffara como a “chef mais quente” e sua casa, a melhor, de Curitiba.
Para um sujeito que coleciona caveiras e escreve, toca, grava, produz, tudo em um estúdio caseiro em um porão, faz mesmo sentido comer os pratos inusitados feitos com produtos locais da chef Manu. Como também faria se ele estivesse porção de bucho frito da Dona Inês no Tempo Bom, o adorável boteco da rua São Francisco.
Sua música é pop e sofisticada na mesma medida.
Pudemos saber disso, pois Ruban foi resgatado em tempo de subir no palco de um Jokers quase lotado na noite mais fria do ano e mostrar sua música inclassificável a uma plateia de cachecol no pescoço e cerveja na mão, na primeira Popload Gig em Curitiba.
No palco, a guitarra Fender Jag Stang parecia um brinquedo: Ruban tocava ajoelhado com uma batida peculiar e habilidade invejável na mão esquerda, enquanto solfejava a melodia de suas canções como os bons guitarristas de jazz.
Ao seu lado, um trio de ótimos músicos (bateria, teclado e baixo) o ajudou a erguer seu pop funkeado com influência tanto de Stevie Wonder e do groove da música negra americana setentista, quanto dos sintetizadores da dance music dos anos 1980 — entre outras referências e agradáveis esquisitices dançantes.
De boné, bermudão e camisa folgada, o cantor se ajoelhou, deitou, rolou, bebeu, desceu do palco, andou no meio do povo e cantou de cima do balcão do bar.
Para além das excentricidades, mostrou que é compositor e instrumentista inspirado. A orquestra de Ruban, se ainda era desconhecida, sai de Curitiba com muitos novos fãs.
Antes o quinteto The Shorts mostrou por que, talvez, seja a banda mais importante da cidade de 2015 ano para cá. Com sua mescla de peso e suavidade e a vocalista Natasha Durski triplicando de tamanho do palco, The Shorts mostrou que é primeira divisão.
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