• Carregando...

A área da cultura não é nem de longe a que mais dá votos para os candidatos. Por isso mesmo, também não é a estrela dos programas de governo apresentados para a população. Mas os principais candidatos de oposição ao presidente Lula já apresentaram algumas propostas para um eventual mandato em Brasília. O Caderno G buscou nos programas dos três principais nomes da oposição os projetos que poderão ser implantados a partir de 2007, caso um deles consiga derrotar o atual presidente nas eleições.

Quem apresentou maior número de propostas para a área cultural foi o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. O texto que traz as sugestões para o setor é encabeçado por um longo texto em que o principal ponto destacado é o potencial econômico das atividades culturais. Para os tucanos, a cultura deve ser vista como um "instrumento de inclusão social, de promoção do crescimento econômico, de desenvolvimento da criatividade e de expressão da cultura regional e nacional, no País e no mundo".

As propostas do PSDB, porém, são bastante vagas. A primeira delas, por exemplo, fala em diversidade regional. O texto na íntegra é o seguinte: "Promover políticas públicas de valorização da cultura nacional, em sua diversidade regional." Mas, em nenhum momento, diz como será feita essa valorização ou quais serão as políticas públicas adotadas. Outra fala na valorização do idioma. Novamente, o texto integral. "Desenvolver campanha de valorização da língua portuguesa e da cultura nacional, articulada com empresas, intelectuais, artistas, produtores culturais e veículos de comunicação." No total, são 16 propostas apresentadas.

Cristovam

As propostas de Cristovam Buarque, do PDT, são em menor número do que as de Alckmin. O tópico do programa de governo destinado ao setor se intitula "Como fazer para disseminar a cultura no seio do povo". São sete propostas curtas, também sem maiores especificações. Uma delas, por exemplo, fala apenas o seguinte: "Incentivar a implantação de centros de excelência em dança no país". Não se explica como seria o incentivo. Curiosamente, não há equivalentes para outras áreas, como teatro, cinema ou literatura.

A principal preocupação do plano de governo do pedetista parece ser a de levar atividades artísticas a mais pontos do país, facilitando o acesso da população aos bens culturais. Há propostas de Arte nas Ruas, Arte nas Escolas e de Temporadas Populares, descritas no plano de governo. Além disso, o candidato também fala em usar edificações vazias de portos para criação de novos espaços culturais no país.

Heloísa Helena

Dos três principais opositores de Lula, Heloísa Helena, do Psol, é a única que não tem um programa de governo disponível na internet. A candidata, porém, tem se referido ao tema da cultura em algumas das entrevistas que concedeu durante a campanha pela presidência que podem indicar qual seria o rumo de um Ministério da Cultura em seu governo. Numa entrevista a O Globo, do Rio de Janeiro, a senadora afirmou que é favorável às políticas de renúncia fiscal para incentivo de produção artística. Ela disse que é a renúncia fiscal que possibilita o investimento em cultura no país. A candidata também deu a entender que o setor seria uma de suas prioridades, já que, segundo ela, a cultura "salva muitas crianças e jovens no país".

O programa do partido da senadora traz algumas dicas do tratamento dispensado ao assunto. No entanto, se os planos de governo dos candidatos já são vagos, o programa partidário do Psol é ainda mais. Uma das referências à "comunidade cultural" se dá no item que menciona a necessidade de se democratizar os meios de comunicação no país. "É preciso um novo sistema de comunicação no qual a comunidade cultural, os jornalistas, os educadores articulem com os movimentos sociais e o povo organizando uma efetiva participação e democratização da informação e acesso à cultura", defende o documento.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]