Curumin, que tocou bateria com o projeto Guizado, em Curitiba, no último sábado, apresenta hoje suas próprias composições| Foto: Divulgação

Discografias

Confira os discos lançados por Curumin e Anelis Assumpção, que se apresentam hoje em Curitiba

Curumin

Achados e Perdidos (2003)

Primeiro álbum do cantor, compositor e multiinstrumentista paulista. O disco revela a vitalidade do samba e as possibilidades de ser reinventado.

JapanPopShow (2008)

Presente em diversas listas de revistas, jornais e sites como um dos melhores álbuns brasileiros de 2008, o disco confirma a capacidade pluralista do músico. Há participações de Marku Ribas, Bnegão, Lucas Santtana e do grupo Blackalicious.

Anelis Assumpção

Além de Composição (2003) e Filme Brasileiro (2005), gravados com a banda Dona Zica, a cantora prepara para 2009 o primeiro álbum-solo, ainda sem nome definido.

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Bandas novas e independentes que cantam a urgência do seu tempo em músicas com vastas referências. Esse é o cerne da já chamada Nova MPB, movimento ligado principalmente a São Paulo, mas que ganha força ao "invadir" outras grandes cidades como Curitiba. No último sábado, o projeto Guizado e a banda Cérebro Eletrônico foram os bons exemplos. Hoje sobem ao palco do Era Só o Que Faltava o multiinstrumentista Curumin e a cantora Anelis Assumpção, filha de Itamar Assumpção (1949-2003), o "maldito da MPB".

Luciano "Curumin" Nakata chega a Curitiba trazendo na bagagem o show do disco JapanPopShow. Lançado ano passado, figurou em algumas listas dos melhores trabalhos brasileiros de 2008. O álbum, recheado de texturas, traz elementos musicais de diferentes localidades e temporalidades. Ouve-se percussão africana e rap; há rock e música pop japonesa dos anos 1980.

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"Minha mãe é filha de japoneses, então tenho certa influência. Mas o que há mais é música do mundo. Desde o funk-soul norte-americano, passando pelo jazz-blues e indo para a salsa cubana, o maracatu, a congada e o forró brasileiro", diz o baterista.

A resposta para seu mix musical, Curumin encontra no tempo em que vivemos. Há a internet e, com ela, o bombardeio de informações e a "facilidade" para encontrar músicas das mais escondidas.

"Hoje é quase impossível não ampliar seu leque, seu repertório. Dá para achar músicas africanas e discos raros de funk. As distâncias diminuíram", explica o músico, que foge do rótulo de Nova MPB. "Não sei se é isso. Encaro mais como algo que acontece naturalmente."

Assumpções

Na década de 1980, Itamar Assumpção foi corresponsável pelo movimento musical conhecido como Vanguarda Paulista – que teve no paranaense Arrigo Barnabé um dos maiores expoentes. Sua filha Anelis, no entanto, deixou de lado a música dita difícil e se apegou mais à brasilidade. A maior influência que trouxe do pai foi a forma de se se apresentar.

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"Eu gosto disso. De fazer do show um espetáculo, de usar outras linguagens como teatro e poesia", diz a cantora, que começou a carreira aos 18 anos, ao lado de Assumpção, e tem dois discos lançados com a banda Dona Zica, atualmente em hiato. Hoje à noite, composições próprias, que vão do samba de gafieira ao reggae e ao hip-hop.

Anelis nunca apresentou seu trabalho-solo em Curitiba, mas sua ligação com a cidade vem de outras gerações. Itamar Assumpção era amigo de Paulo Leminski (1944-1989), com quem compôs algumas músicas. Ela é colega de Estrela, filha do poeta curitibano, e vizinha de Alice Ruiz, viúva do "bandido que sabia latim"."Meu paralelo com Curitiba é esse. Eu tenho lembranças desses encontros entre meu pai e o Leminski. Eles eram muito amigos e fizeram muitas parcerias", diz a cantora.

O possível movimento que acontece em São Paulo ganha outra denominação por Anelis. Além da quantidade de informação musical possibilitada pela tecnologia, a velocidade da vida na metrópole é ingrediente principal. "A música não para. Esse movimento vem de São Paulo porque lá tem muita gente fazendo músicas convencionais ou não, boas ou não. Fazemos parte de um movimento que é o non-stop característico da cidade", resume.

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Serviço

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Curumin e Analis Assumpção

Era Só o Que Faltava (Av. Rep. Argentina, 1.334), (41) 3342-0826. Hoje, às 22 horas. Ingressos: 1º lote (100 convites) - R$ 10. Após: R$ 15. Ingressos promocionais antecipados no local.