1.642 das 2.384 vagas de cursos e atividades da Oficina de Música de Curitiba incluindo atividades das Ruas da Cidadania e a Oficina Verde foram ocupadas em 2014.
R$ 1,9 milhão foi o valor gasto pela Prefeitura com a Oficina de Música de Curitiba, aproximadamente.
A 32.ª Oficina de Música de Curitiba termina oficialmente neste domingo, com o grito de carnaval do bloco Garibaldis e Sacis, na Boca Maldita.
A festa foi integrada à programação do festival em um esforço da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) para aproximá-lo de setores mais populares uma das propostas anunciadas para o festival durante a edição do ano passado, pelo então novo presidente da entidade, Marcos Cordiolli.
A maior parte das ideias da nova gestão para a Oficina de Música, no entanto, ficaram para as próximas edições. O evento de 2014, comandado pela mesma diretoria de anos anteriores, manteve seu alto nível de excelência artística, de acordo com participantes e professores ouvidos pela reportagem ao longo do festival. Mas também repetiu problemas, como a divulgação tardia dos cursos, que pode ter sido o motivo para uma diminuição no número de alunos percebida em alguns cursos.
A estabilidade do evento, que quase não foi realizado em 2013 devido à troca de prefeitos, também voltou a ser questionada pela classe artística no ano passado. A 32.ª Oficina chegou a ter sua duração reduzida por conta de conflitos com o calendário da UTFPR, sua principal sede. Em setembro, o festival ainda buscava recursos para garantir sua segunda etapa, e acabou sendo integralmente pago pela prefeitura.
Mas as expectativas destas mesmas fontes ouvidas pela reportagem sobre o futuro da Oficina foram, em geral, otimistas. "Tem certas peças precisando ser mais eficientes, mas pouco a pouco está bem melhor", disse à reportagem o diretor artístico de música antiga, Rodolfo Richter. "É uma máquina muito grande."
Compromissos
Em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo, o presidente da FCC, Marcos Cordiolli, atribuiu a perda de patrocínio da Oficina justamente à instabilidade evidenciada no ano passado, e disse que a edição de 2014 teve o papel de recuperar essa credibilidade. Ele espera que a Oficina de 2015 tenha um conjunto de recursos superior, e disse que a divulgação dos cursos "seguramente sai no primeiro semestre" deste ano. "Teremos um desenho básico em maio que será tornado público em junho. Isso daria uma antecipação muito grande também para fazermos ações que tragam público de Curitiba para a Oficina. Ela é um presente para o Brasil e para a América Latina, mas precisa deixar um legado para a cidade", diz Cordiolli.
O presidente da FCC também prevê já para este ano o agendamento de quatro anos proposto para a Oficina.
Cordiolli adianta que um dos focos da Oficina será seu núcleo de música antiga, que quer elevar ao status de referência no Cone Sul. Outras mudanças específicas nos rumos artísticos do evento, no entanto, estariam totalmente em aberto.
Altos e baixos
Ao longo dos dias de Oficina, a reportagem ouviu opiniões positivas e negativas sobre aspectos variados do evento. Confira alguns:
Positivo
Qualidade dos professores
Mais uma vez, o nível de excelência dos professores foi inquestionável, o que favoreceu tanto os alunos quanto o público, que teve a chance de vê-los nos palcos. Entre as referências trazidas pelo evento estão Fábio Zanon (violão), Maria Cristina Kiehr (soprano) e Amilton Godoy (piano).
CDs
Conforme destacou o produtor Alvaro Collaço em conversa com a reportagem, a programação artística da Oficina de Música foi marcada por shows de lançamentos de CDs, sobretudo locais. "O CD tem uma outra espécie de importância, porque é a música materializada, um produto que continua", opina Collaço.
Negativo
Menos alunos
A edição de 2014 teve uma queda no número de alunos, principalmente na etapa erudita. O motivo é alvo de uma reclamação que não é nova: a divulgação tardia dos cursos. O presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Marcos Cordiolli, espera que a divulgação dos cursos da edição de 2015 aconteça em junho deste ano.
Preços
Para quem quis aproveitar uma parte significativa da vasta programação artística da Oficina, o valor dos ingressos pesou. As entradas custaram R$ 30 R$ 36 no caso das apresentações no Guairão, cuja bilheteria terceirizada cobra taxa de conveniência para produções que não são do próprio teatro (o que não impediu a formação de filas diante de apenas um guichê funcional).
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