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Roma (AE) – O diretor do Festival Internacional de Cinema de Veneza, Marco Muller, disse que os filmes brasileiros teriam muito mais chance de sucesso no exterior se não fossem "brasileiros demais".

"O problema é que os bons filmes falam dos problemas do Brasil de uma forma tão brasileira que os estrangeiros não entendem", diz Muller, diretor pelo segundo ano seguido do festival, que chega à sua 62.ª edição. "A discussão sobre os filmes brasileiros foi para mim uma luta contínua com o comitê de seleção", completou.

Isso não significa, porém, que a edição 2005 do festival, que vai de 31 de agosto a 10 de setembro, não vá ter a presença do Brasil. Ele marcará a estréia mundial de O Jardineiro Fiel, de Fernando Meirelles, que participa da disputa do Leão de Ouro, a principal da mostra competitiva.

O filme de Meirelles, na visão do diretor da mostra, é uma exceção: é falado em inglês, numa produção dividida por Alemanha, Grã-Bretanha e Quênia. Segundo Muller, o rótulo de "brasileiros demais" foi dado a filmes de Andrucha Waddington, Sérgio Bianchi e Beto Brant, apresentados aos organizadores do festival e rejeitados pelo comitê de seleção. "Eu gostei muito dos três filmes, mas o comitê não entendeu nada."

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