Programe-se
Cabaret
Teatro Positivo Grande Auditório (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300), (41) 3317-3283.
Versão brasileira do musical da Broadway.
Dias 15, às 21h, 16, às 21h30, e 17, às 19h.
Filas de 1 a 15: R$185 e R$95 (meia-entrada). Filas de 16 a 28: R$165 e R$85 (meia-entrada). Filas de 16 a 28: R$135 e R$70 (meia-entrada).
Desconto de 20% para assinantes da Gazeta do Povo, portadores do cartão fidelidade Disk Ingressos e associados ao programa de benefícios Teatro Positivo. Classificação indicativa: livre.
Quem conhece a história de Cabaret pelo filme de 1972, com Liza Minnelli, irá se assustar com a versão musical de Miguel Falabella, que chega a Curitiba no próximo fim de semana, estrelado por Claudia Raia, como Sally Bowles, e Jarbas Homem de Mello, como o mestre de cerimônias (veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo). A prostituição barra-pesada, o mau caráter e o alcoolismo, fatos adocicados no longa-metragem, foram mantidos aqui. Em conversa com a Gazeta do Povo, a atriz fala do sonho antigo de viver esse papel:
Você conseguiu fazer um Cabaret com o seu jeito?
Quando se pega um clássico para fazer, a gente coloca a nossa ótica. Esse é um sonho de 20 anos atrás. Fui chamada em 1989 para fazer, mas não pude porque estava em uma novela, e agora o personagem chegou para mim na hora certa, porque acho que antes talvez eu não tivesse a maturidade certa. Chegou na hora em que eu estava pronta para produzir um espetáculo tão grande, e como atriz, cantora e bailarina também.
O que mudou em relação à versão de 1989?
A Betinha [Beth Goulart] fez muito bem, mas eu fiquei na sede, porque é um dos únicos musicais que têm uma dramaturgia muito bem amarrada, com trabalho de atriz elaborado. E a Sally Bowles é uma personagem que toda atriz quer fazer. Ela tem muitos lados, eu digo que é "quadripolar". Uma mulher sombria, entregue ao álcool e que vive naquele buraco que eram os cabarés dos anos 1930, em Berlim. Dá para trabalhar a densidade dela, que vem do livro [Adeus, Berlim, de Christopher Isherwood], em que a gente se inspirou.
Quais foram as opções de vocês na montagem?
Com a versão do Falabella, tanto das músicas quanto do texto, criou-se uma identidade muito particular, muito brasileira. Ela é tão feliz que às vezes a gente acha que foi concebida em português. Sempre tem alguma coisa que atrapalha um pouco, como em "Money", número conhecidíssimo, e eu só pensava "meu Deus, ninguém nunca traduziu". E ele fez "Grana, Quero Grana, Muita Grana", e ficou maravilhoso.
O que acha do bom momento para os musicais?
Fico muito feliz porque fomos precursores disso. Eu sempre pensei que o Brasil iria abraçá-los, porque é um país extremamente musical, rítmico. Hoje em dia temos de sete a nove musicais ao mesmo tempo, com ótimos elencos, técnicos e músicos. Tudo isso fomos nós que criamos, formamos essas equipes.
Como é levar musicais para fora do "eixo" Rio-São Paulo?
É um aparato imenso, fazemos porque somos loucos, insanos. Financeiramente é uma coisa que acaba com a companhia. São 80 pessoas, é um absurdo. É mesmo pela vontade de formar esse público fora do eixo Rio-São Paulo. Vamos sem lucro. Mesmo com casa lotada, abarrotada. Andando, hospedando, alimentando tanta gente, é irreal. Fui com Pernas pro Ar para 17 capitais, mas esse era o perfil do projeto, foi muito puxado. Fomos a lugares que nunca haviam visto um musical.
As mulheres se identificam com a personagem?
O musical fala de amor, uma coisa que sempre nos deixa feliz e, ao mesmo tempo, desilude, é um assunto eterno. Amores não devidos, interrompidos. Seja pelo nazismo, que separa um casal de velhos formado por um judeu e uma alemã. No caso de Sally e Cliff, gay por quem ela se apaixona, é porque ela não tem capacidade de ser feliz.
Liza Minnelli [protagonista do filme Cabaret, de 1972] vem para cá neste mês. Você vai assistir ao show?
Eu sempre vou. E estamos tentando entrar em contato para ver se ela vai ao musical. Meu trabalho nesse espetáculo é bem diferente do dela, porque, num clássico desses, não tem como fazer algo que seja parecido. É outra linguagem. Até porque o filme adocicou a história, tirou a parte pesada que nós mantivemos.
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