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Tanta mídia e tão pouco tempo.

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Os consumidores enfrentam um conjunto estonteante de opções de entretenimento que passam por opções de transmissão de vídeo como Amazon Prime Instant Video, Hulu e Netflix, canais a cabo e aplicativos de canais como HBO e Showtime, YouTube e podcasts.

Com todos eles oferecendo horas incontáveis de programação viciante, como um ouvinte ou telespectador vai conseguir acompanhar tudo?

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Para alguns, a resposta é assistir ou ouvir em alta velocidade — colocando o conteúdo em velocidades aceleradas, às vezes duas vezes acima do que o normal.

Embora assistir em alta velocidade economize tempo — os fãs da modalidade dizem que isso poupa horas ao longo da temporada de uma série —, outras pessoas afirmam que isso enfraquece o ritmo de uma produção e pode diluir elementos criativos.

Economia de tempo

Jan Rezab escreveu em artigo na “Forbes”, em 2015, que seu estilo de assistiu passou de 1,2 a duas vezes mais rápido.

“À medida que se continua a assistir em velocidade, a modalidade se torna mais e mais fácil de compreender. Assisto assim há dois últimos anos e agora me sinto à vontade com uma velocidade duas vezes acima do normal.” Às vezes, vê em um ritmo ainda maior.

Um trecho de “Game of Thrones” na velocidade 1,2 era “indistinguível da velocidade normal”, mas passava 20 por cento mais rápido, escreveu.

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“Se você começasse a assistir todos os seus vídeos em uma velocidade de 1,2 hoje, iria poupar tempo de imediato e não perderia a compreensão.”

Perdas

Em um episódio recente do podcast Slashfilmcast, Chen e seus colegas apresentadores, Jeff Cannata e Devindra Hardawar, abordaram essa questão da velocidade.

Um ouvinte perguntou: “Neste mundo cada vez mais cheio de conteúdo e escasso de tempo, que tipo de crime cultural estou cometendo ao acelerar esses programas?”

Os apresentadores do podcast pareceram horrorizados.

“Como você ousa depreciar seu entretenimento?”, questiona Cannata.

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Hardawar declarou que assistir em alta velocidade não lhe dava tempo para absorver o que estava acontecendo.

“Tenho a impressão de nem estar assistindo de verdade. Você consome, não absorve a coisa de verdade nem deixa que o afete de forma criativa. Então, isso é ruim. Isso é ruim.”

Experiência

Acelerar a velocidade dilui os impactos emocionais de um filme, afirma Peter Markham, cineasta residente do American Film Institute Conservatory, em Los Angeles.

“Se estiver vendo uma peça de Harold Pinter, por exemplo, a pausa pode transmitir o sentido principal. Não me imagino assistindo um filme no dobro da velocidade.”

Renan L. Borelli, 31 anos, diretor de envolvimento e crescimento do público da MTV News e que faz um percurso de 35 minutos para trabalhar, é um grande fã de podcast. Ele escuta três ou quatro por dia e assina cerca de 30.

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Borelli estima que consegue poupar de cinco a dez minutos por podcast.

“Ainda que sejam apenas alguns minutos, é uma ajuda”, ele avalia ao ser entrevistado, observando que tem “muitos gigabytes” de podcast armazenados no telefone.

Nicholas Quah, que escreve o Hot Pod, boletim sobre podcasts, escreveu em e-mail que não estava claro o quanto era comum ouvir em alta velocidade, mas, tomando por base os relatos, esse parece ser um “comportamento estabelecido” entre ouvintes de quantidades elevadas.

Quah não vê problemas nisso.

De acordo com ele, “ouvir em alta velocidade pode soar mais ofensivo para quem produz podcasts de produção elaborada, meticulosamente burilados e com riqueza sonora (em comparação com um que lembra mais um bate-papo como os gabfests da “Slate”), mas o que estamos enfrentando aqui é a tensão no relacionamento entre artista e consumidor: O que é mais importante, a intenção do artista ou a preferência do consumidor?”

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Chen, do “Slashfilmcast”, afirma por e-mail que ouvir em alta velocidade era uma maneira de o consumidor dizer: “Não me interessa como você queria que eu vivenciasse esse trabalho que criou. Só quero saber da troca de informação”.

Perdem-se os elementos dramáticos ou cômicos e os silêncios intencionais, ele explica. Com uma velocidade acelerada, “vira fundamentalmente uma experiência diferente, que despreza a intenção do criador”.

Para ele, o hábito é como o de tentar comer o dobro de refeições do que o normal para não perder as delícias culinárias. “Sem dúvida, você pode consumir mais, mas sua experiência é pior, mais grotesca. E, certamente, não da forma que o chef pretendia.”