Espetáculo Versão Brasileira retrata a relação de 20 anos entre Cláudio Botelho e os musicais do teatro| Foto: Bruno Tetto / Divulgação
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Edgar Duvivier e Cláudio Botelho em cena da peça Versão Brasileira
Peça relembra os musicais baseados em obras de Chico Buarque
Versão Brasileira é dirigida por Charles Möeller
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Antes mesmo de assistir, quando li a descrição de Versão Brasileira confesso que temi ser tendencioso na análise. Dificilmente alguém que gosta de música, teatro e musicais não aprovaria a peça dirigida por Charles Möeller. Mas, felizmente para mim, a aprovação do público que ocupou cerca de 2/3 do Guairinha na noite de segunda-feira (22) foi suficiente para avaliar o espetáculo.

Cláudio Botelho é um caso a parte. Ninguém faz sucesso há 20 anos com musicais sem merecer. Nada mais justo do que relembrar esta bela trajetória e dividir as memórias com o público do Festival de Curitiba. Versão Brasileira faz justamente isso. De forma descontraída, Botelho vai recuperando o passado com simpatia e muita música. Um verdadeiro show.

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Visualmente Versão Brasileira é simples. Musicalmente é rica. Botelho começa o espetáculo relembrando As Malvadas, de 1996. Do primeiro musical realizado em dupla com Möeller ele tocou e cantou Vingativa, das Frenéticas. Depois disso, lembrou as primeiras apresentações no formato, em 1990, quando "10 ou 12 pessoas pagavam para ver o show", como ele mesmo destacou.

Com o apoio de Marcelo Castro (piano), Thiago Trajano (violão, guitarra e banjo) e Edgar Duvivier (sax e clarinete), Botelho também fez homenagens a Cole Porter e, principalmente, Stephen Sondheim, que completou 80 anos nesta segunda-feira. Começa então a sequência de canções de musicais como Miss Saigon, Chicago e Os Miseráveis que ganharam versões brasileiras com o apoio de Botelho.

O momento máximo do show chega quando o ator lembra-se dos musicais baseados na obra de Chico Buarque: Na Bagunça do Teu Coração, Suburbano Coração e Ópera do Malandro. A interpretação cheia de energia de Botelho para o sucesso O Que Será arranca do público os aplausos mais barulhentos da noite.

Em um momento de maior interatividade com a plateia, o ator conversa com os presentes nas primeiras fileiras enquanto canta as canções bem-humoradas do musical Avenida Q, de 2009. Antes de fechar o show com mais uma homenagem, desta vez a Irving Berlin, um dos maiores compositores da Broadway, Botelho aproveita para cantar trechos de espetáculos que serão apresentados em breve como Hair, Nine, Gipsy e Aquela Canção do Roberto.

Durante a peça, Botelho chegou a criticar a banalização dos musicais no Rio de Janeiro e em São Paulo. Por aqui, o público curitibano fica aguardando por mais espetáculos do gênero com a qualidade de Versão Brasileira.

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