O filho de Nhô Belarmino e Nhá Gabriela, e inventariante da herança deixada pelos pais famosos, Ivan Graciano, vai entrar com uma ação na Justiça questionando a versão forró, que o músico baiano Rony Brasil, fez para a canção "As Mocinhas da Cidade". A canção registrada em disco pela RCA Vítor em 1956, gravada por Nhô Belarmino e Gabriela, está sendo ouvida nas rádios com o nome de "Esquenta Bailão" e com novos versos, um deles dizendo que vai levar a mocinha para a Bahia.
"Foram feitas algumas alterações, incluídos novos versos, porém a melodia é a mesma e desde a introdução é possível identificar que é 'As Mocinhas da Cidade'. O pior é que no disco não há nenhuma citação de que a música é de Belarmino", comentou Graciano.
A canção, quase um hino popular do Paraná, já teve mais de 100 gravações, sendo a mais famosa feita por Roberto Leal, que levou a música para a Europa, rendendo versões em línguas estrangeiras como italiano, francês e até japonês, todas devidamente autorizadas. A nova versão, que foi gravada aproximadamente em 2002, não foi autorizada pelo herdeiro do casal e nem pela Fermata, empresa que também é autorizada a liberar ou não a gravação da música.
Graciano diz que há um tempo também ficou sabendo de uma versão pornográfica para a canção, no estilo "forró sacana", que deixou passar. Mas como plágio é crime no Brasil e muitas pessoas o tem procurado, alertando para esta última versão, ele resolveu encaminhar o processo por via judicial. "Ainda não sei que tipo de retratação teremos direito, mas não é justo que fiquem usando a canção sem a devida licença. Para entrar em domínio público precisam passar 70 anos, o que ainda não ocorreu", lembrou Ivan Graciano.
Em entrevista à BandNews, na manhã desta quinta-feira (30), o músico Rony Brasil alegou que não se trataria de plágio, pois a canção foi alterada. Ele também jusitificou que entre os forrozeiros as versões são feitas gratuitamente e já teria pago os direitos autorais na época do lançamento do disco, que teria sido gravado em 2002.
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