Confira as marchinhas finalistas
"Ave Galinha", de Álvaro Antonio, Norma Müller e Val Salles
"Hoje Eu Vou Pra Guaratuba", de Vadeco
"Filé da Vovó Filé", de Vinicius Nagem e Antonio Alcantara
"Princesa do Oriente", de Arioswaldo Trancoso Cruz e Affonso Celso Paiva Rangel
"Xoxó a chinesa de xangai", de Carlos Ferraz
A classificação final das composições selecionadas pela "Comissão Julgadora Impecável e Ótima (CJIO)" do 3.º Concurso de Marchinhas e Zoeiras Carnavalescas do Garibaldis e Sacis será conhecida neste domingo, na última concentração pré-carnaval do bloco.
Primeiro, segundo e terceiro lugares concorrem ao prêmio "gratuito" previsto pelo regulamento do certame: sem capital de giro, a organização promete "o amor do bloco gritando e cantando a sua marchinha vencedora."
São cinco finalistas: "Princesa do Oriente", "Hoje Eu Vou pra Guaratuba", "Xoxó, a Chinesa de Xangai", "Filé da Vovó Filé" e "Ave Galinha".
"Os critérios que norteiam a escolha das marchinhas são: tema, empolgação, refrão [se pega], novidade e aplausos da plateia", explica Ary Giordani, presidente da CJIO, que é composta por "jurados reconhecidos por seu notório saber e/ou não".
Cerca de 40 compositores inscreveram marchinhas de estilos variados neste terceiro ano do prêmio número surpreendente para a organização, que, diferentemente dos anos anteriores, se deparou com participações de compositores que não pertencem ao círculo do bloco.
As composições trazem algumas das características mais marcantes deste que é um dos gêneros primordiais da música carnavalesca, tendo imperado entre as décadas de 1920 e 1970: rítmica fácil, frases alternadas, onomatopeias, trocadilhos, humor e temas atuais, que vão do apocalipse maia à cirurgia plástica. "O compositor de marchinha é quase um chargista", diz Marcel Cruz, integrante do Garibaldis e Sacis e um dos autores de "Tá Se Achando Chik (O Petipavê É Nosso)" que, no calor da polêmica em torno da calçada de granito no Batel, não entrou no festival a tempo.
"Acho que tem uma coisa da cor local", explica o líder do bloco, Itaércio Rocha ele mesmo autor de uma marchinha, "Gandaia Guria", que poderia fazer par com "Piá Se Toque" ou "Hoje Eu Vou pra Guaratuba" no repertório curitibano.
"Tem também coisas que vêm da análise das marchinhas tradicionais, como as do Inami [Custódio Pinto], que vêm com a coisa da "Ruivinha" [premiada com Menção Honrosa pelo concurso] e cita a colombina, o pierrô e o arlequim [em "Romance Passional"]", diz Rocha, referindo-se a apenas um entre os muitos componentes do quadro plural de compositores que escreveram marchinhas para este carnaval. Aí se incluem desde os próprios membros do Garibaldis e Sacis até músicos como Vadeco e André Abujamra, passando por personagens locais como Tatára.
Folclorista respeitado, Inami Custódio Pinto, que cresceu entre os carnavais das décadas de 1930 e 1940 em Paranaguá (então chamados de "entrudos"), festeja o movimento em Curitiba.
"O Garibaldis e Sacis está revivendo a espontaneidade do carnaval de antigamente. A marchinha é espontânea, fala do cotidiano. É um dos poucos fatos que ainda podemos considerar folclóricos no carnaval, porque a maioria foi esquecida", diz o folclorista, que faz duras críticas aos sambas-enredo dos desfiles "quilométricos, que o popular não decora e não canta".
"Como se vai decorar um samba com 500 mil versos? A marchinha não: cantou uma vez, todo mundo está cantando. Isso é popular."
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Marchinhas
"Tem urubu que quer passar de gavião
Cuidado que é enganação
Não adianta jogar purpurina na galinha
Que não vai virar pavão"
"Ave Galinha", de Álvaro Antonio, Norma Müller e Val Salles
"Agora quem manda é a mulher
Eu faço o que ela quiser
Até o presidente usa calcinha
Olha só a minha, olha só a minha"
"Agora Quem Manda É a Mulher", de Marcelo Lique e Alonso Figueroa, do festival de marchinhas de 2011
"Hoje eu vou pra Guaratuba
Pra Guaratuba, pra Guaratuba
E vou tomar banho de chuva,
banho de chuva, banho de chuva"
"Hoje Eu Vou Pra Guaratuba", de Vadeco
"Na calçada de granito
O triste é você
Vou ser feliz no Garibaldis e Sacis
Brincando no Petipavê"
"Tá Se Achando Chik (O Petipavê É Nosso)", de Luiz Nobre e Marcel Cruz
"Antigamente a quarentona era senhora
Mas agora esse negócio terminou
É decotão, fio dental, coxa de fora
E bisturi pra eliminar o que sobrou..."
"Filé da Vovó Filé", de Vinicius Nagem e Antonio Alcantara
"Princesa do Oriente
Perfume oriental
Vou mandar buscar você
Pra ser Rainha
Do meu carnaval"
"Princesa do Oriente", de Arioswaldo Trancoso Cruz e Affonso Celso Paiva Rangel
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