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Relevos de Emanoel Araújo

Ainda no sábado (29), às 11 horas, será aberta a exposição "Autobiografia do Gesto", com obras do também curador de arte Emanoel Araújo, responsável pela seleção de obras da mostra Museu da Solidariedade.

Diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo e do Museu Afrobrasil, Araújo apresenta suas esculturas, relevos e a série inédita "Cosmogonia dos Símbolos", em que esculpe formas geométricas na madeira, com cores vivas e elementos que remetem à decoração das cerimônias religiosas e dos ritos populares, para expressar o sincretismo e o tributo ao sagrado. As referências à cultura africana e afro-brasileira estão presentes.

Além das criações tridimensionais, o curador Agnaldo Farias selecionou alguns trabalhos gráficos do artista para a exposição. São 30 gravuras e mais cartazes, livros, convites e programas desenhados por Araújo para suas exposições e para os espaços culturais dos quais esteve à frente.

A pele é a tela primordial. Sobre ela, intervenções como o tecido, a tinta e o adereço recobrem a nudez de significações culturais. Essas maneiras de vestir o nu são o interesse comum entre os trabalhos das artistas espanholas Isabel Muñoz e Maribel Doménech, que apresentam suas obras na exposição A Pele dos Filhos de Gea, aberta ao público nesta sexta (28), no Museu Oscar Niemeyer.

"Para mim, o corpo é um livro do que somos, um pretexto para falar do mundo dos sentimentos", diz Isabel. A fotógrafa, nascida em Barcelona, foi duas vezes vencedora do World Press Photo (concurso mundial que premia os melhores trabalhos de fotojornalismo) pela série de imagens que fez do povo etíope entre 2003 e 2006.

Isabel viajou à Etiópia para registrar o modo como esse povo africano usa o próprio corpo como espaço de expressão. Embora sua pele seja parcamente coberta de pano, os etíopes não se apresentam nus. Preservam o costume de seus antepassados de ornamentar o corpo com pinturas, tatuagens e escarificações.

Menos comuns no Ocidente, as escarificações são cortes e queimaduras intencionais, transformados em cicatrizes e quelóides – relevos que criam padrões decorativos sobre a pele, criados para destacar um músculo ou movimento, e representar o animal com que o guerreiro se identifica.

Uma seleção de 50 dessas fotografias foi escolhida pelo curador Amador Griño para a exposição no MON. São imagens em preto-e-branco, reveladas em platina colorida (técnica que produz imagens com maior contraste e de textura mais aveludada) e apresentadas em painéis de grandes proporções.

Para completar a amostra das "diferentes peles" com que o ser humano se veste – e manter a perspectiva feminina –, o curador espanhol completou a exposição com quatro obras da escultora Maribel Doménech, professora da Faculdade de Belas Artes da cidade de Valência.

O trabalho da artista plástica contrasta com os nus artísticos de Isabel: são esculturas de trajes femininos. Quem for ao MON, verá os vestidos "Como uma Casa Cheia de Luz" (branco) e "Para Observar o Mundo a uma Certa Distância" (preto); uma instalação com calcinhas coloridas, cujos fios se prolongam até o chão, e a obra "Armas de Mulher", nome sugestivo para agulhas de tricô presas a uma tanga.

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Serviço: A Pele dos Filhos de Gea – Isabel Muñoz e Maribel Doménech. Abertura para o público, sexta (29). Museu Oscar Niemeyer (Rua Marechal Hermes, 999), (41) 3350-4400. De terça a domingo, das 10 às 18 horas. Até 18 de novembro. Ingressos a R$ 4 (adultos), R$ 2 (estudantes) ou livre (crianças de até 12 anos, maiores de 60 anos escolas públicas agendadas).

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