Espectadores
Saiba mais sobre a trajetória do grupo Tholl
Ponto de mutação
O espetáculo Tholl, Imagem e Sonho estreou dia 15 de novembro de 2002, no Teatro Sete de Abril, em Pelotas, e desde então segue em cartaz (há mais de sete anos). Esta montagem consagrou o grupo pelotense.
Criador/criatura
O Tholl é um desdobramento da Oficina Permanente de Técnicas Circenses, que existe há 23 anos.
Mas, em 2002, devido ao sucesso da montagem Tholl, Imagem e Sonho, o nome da companhia passou a se chamar Tholl, que hoje já atingiu quase um milhão de espectadores.
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Exotique (confir ao serviço da peça) é um convite para uma viagem rumo a um mundo de sonhos. Esse, que é o mais recente espetáculo do Grupo Tholl, de Pelotas (RS), um dos destaques da Mostra Contemporânea, será apresentado hoje, amanhã (23) e depois (24) no palco da Ópera de Arame.
Há quem diga que a proposta do Tholl dialoga com a estética do que chamam de "novo circo". Por essa, e por outras, muitos não perdem a oportunidade para comparar o que os gaúchos fazem com a estética dos canadenses do Cirque du Soleil, que fundem elementos circenses com teatro ("é circo, mas tem estorinha").
O diretor-geral e fundador do Tholl, João Bachilli, reconhece que há pontos de contato entre a sua companhia e a canadense. Afinal, o Tholl se vale de recursos contemporâneos, iluminação sofisticada, figurino estilizado e coreografias de tirar o fôlego embaladas por sons não pouco vibrantes e "furiosos".
Híbrido
Em cena, 15 artistas-bailarinos dão complexidade a um espetáculo que é não é fácil de ser definido. Afinal, Exotique é circo, mas também tem elementos do teatro. Bachilli afirma que não gosta de pensar que, em Exotique, existe um enredo, mas sim um fio-condutor para a montagem que atualmente dura uma hora e quinze minutos.
Se Exotique tem um protagonista, trata-se de Félix, um saltimbanco que perambula por diversos locais e interage com muitos personagens. Bachilli explica que Félix se depara com mundos diferentes, mas encontra semelhanças mesmo diante de seres aparentemente desconhecidos. "Porque em todo lugar, é possível estabelecer pontos de encontro, por mais diferenças que existam", diz Bachilli.
No entanto, pontua o diretor da trupe, o espetáculo reserva surpresas, que ele prefere não mencionar, "até para não ser desmancha-prazer". Com essa afirmação, Bachilli dá a entender que talvez o protagonista da montagem não seja, necessariamente, o saltimbanco Félix. "Para saber mais, é preciso conferir o espetáculo", despista.
O corpo fala
Bachilli observa que um dos aspectos que costuma chamar a atenção do público que já presenciou uma apresentação de Exotique é a performance dos artistas-bailarinos. Ele conta que, na sede da companhia pelotense, a trupe realiza treinamentos diários para "abrir o corpo". "É preciso trabalhar o corpo dos bailarinos para que eles tenham possibilidades expressivas, uma vez que a expressão acontece de dentro para fora", afirma.
Grazi Zanolla, 25 anos, faz parte do elenco de Exotique e endossa a fala do diretor. Ela conta que, todos os dias, ininterruptamente, os integrantes do Tholl são submetidos a treinamentos diversos, de acrobacia aérea, expressão corporal, além de aulas de ioga. "Todos nós, do elenco, temos dedicação exclusiva ao Tholl. Somos unidos e canalizamos a nossa energia para as montagens, e o público geralmente percebe essa interação", diz Grazi.
A reportagem da Gazeta do Povo presenciou uma apresentação de Exotique, na noite de abertura da 29ª Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo (RS), em outubro do ano passado e, a exemplo do que o diretor da companhia fala, o trabalho corporal da trupe é dos elementos que mais chama a atenção.
Em meio ao cessar de luzes na plateia, não é incomum que muita gente grite e/ou tenha um chilique, um faniquito ou um piripaque diante dos movimentos dos corpos esculpidos dos bailarinos e bailarinas.
Grazi reconhece que Exotique é um espetáculo marcado, também, pela sensualidade. De toda forma, pondera a bailarina, Exotique é um programa para todas as plateias, de crianças à terceira idade.
"Apesar de ser o público adulto o que mais costuma aproveitar as muitas nuances do espetáculo. Quanto mais repertório uma pessoa tiver, mais encontra sinais neste nosso projeto", diz Bachilli.
Serviço:
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