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Os Donos da Noite, filme que estréia hoje nos cinemas brasileiros, tem a atmosfera de um bom drama policial dos anos 70. Lembra Serpico ou Um Dia de Cão, clássicos do diretor Sidney Lumet. E a semelhança vai bem além da aproximação cronológica – a trama do filme de James Gray (dos bons Fuga para Odessa e O Caminho sem Volta) se passa na década de 80.

A exemplo das obras de Lumet, Os Donos da Noite não investe no maniqueísmo tão em voga nos politicamente corretos dias atuais. É um filme complexo, de cores existencialistas, que discute temas como honra e lealdade sem resvalar na tentação de pregar ao espectador esses valores. Investe, sim, no drama, pagando o preço de inverossimilhança de algumas situações em nome do impacto que causam.

A trama tem início (com uma cena bastante erótica) num clube nova-iorquino embalado por muita música new wave e generosas doses de cocaína. A casa é administrada por Bobby Green (Joaquin Phoenix, excelente), um sujeito ambíguo e carismático, no limite da contravenção por conta de sua paixão por dinheiro, poder e estimulantes químicos.

O que ninguém sabe – salvo sua namorada, Amada (Eva Mendes)– é que Bobby é filho e irmão de homens de destaque da polícia nova-iorquina, vividos, respectivamente, pelos ótimos Robert Duvall e Mark Wahlberg. Por ironia do destino, eles estão prestes a desbaratar uma grande operação de tráfico coordenada pela máfia russa, cujo ponto de encontro é justamente o estabelecimento onde Bobby trabalha.

Sem resvalar na tentação de explicar tudo, Gray constrói uma história que coloca o protagonista frente a frente com suas escolhas, tendo de medir suas conseqüências, que poderão afetar de forma irreversível sua família e seu futuro. As reviravoltas da trama coincidem com este conflito de valores vivenciado por Bobby. Vale a pena conferir onde esse dilema vai parar. GGG1/2

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