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Marlon Brando, Whiskey, Zumbis e Outros Apocalipses
Sociedade Vasco da Gama (R. Dr. Roberto Barroso, 1.190), (41) 9125-9578. Direção de P aulo Biscaia Filho. Quarta-feira a domingo, às 20h30. Entrada franca. Até 22 de dezembro. Classificação indicativa: 14 anos.
Por incrível que pareça, a companhia teatral curitibana mais especializada em sangue e mutilações cênicas nunca havia abordado o tema do apocalipse zumbi tradicional no cinema desde A Noite dos Mortos Vivos (de George Romero, 1968). A Vigor Mortis entra nessa seara a partir de hoje, com a estreia de Marlon Brando, Whiskey, Zumbis e Outros Apocalipses, peça definida como "comédia de horror", em sintonia com o estilo francês do grand guignol, que o grupo homenageia.
VÍDEO: Assista a trechos da peça
Vinte atores foram arregimentados durante uma oficina de atuação para darem vida, ou melhor, morte, aos zumbis, devidamente paramentados pelo figurinista Paulo Vinícius com maquiagem que simula hematomas, além de feridas abertas e cabelos horripilantes.
Com seus 15 anos de estrada e prêmios tanto de palco quanto para trabalhos de cinema, o grupo multimídia procurou dotar seu apocalipse de uma trama bem-acabada e envolvente.
Para começar, "zumbis são sempre metáfora para outra coisa", avisa o diretor Paulo Biscaia Filho. A alegoria política e social poderá ser lida nas entrelinhas do texto dos protagonistas. Boris (Andrew Knoll), um videomaker escondido num galpão (a peça é apresentada na Sociedade Vasco da Gama, que fica num barracão no bairro Mercês), continua se mantendo plugado ao computador graças aos corpos dos seres que termina de matar e usa para alimentar uma fornalha elemento cênico ousado e arrojado da peça. Atormentado pela ex-namorada (Carolina Fauquemont), que surge em cena como uma narradora-bailarina, ele acolhe a fugitiva Bella (Michelle Rodrigues). No esconderijo, os dois terão tempo, em meio à discussão de táticas de sobrevivência no fim do mundo, para se conhecer melhor e filosofar sobre a vida pregressa e a atual, naquele mundo pós-real.
Coreografia
A ambientação do espetáculo num barracão simples permitiu à cenógrafa Guenia Lemos usar elementos de grande volume, como latões de lixo enferrujados, um balcão de bar estilizado e um portal que faz as vezes de fornalha queima-zumbi.
Outro destaque é o rigor buscado nas lutas entre os protagonistas e os mortos-vivos. A orientação de movimentos foi encomendada ao norte-americano Daniel Bakken, que dá duro na equipe enquanto é traduzido pela assistente de direção. O especialista em lutas cênicas é integrante do Thrilpeddlers, grupos californiano com quem a Vigor Mortis já colaborou neste ano, no projeto Debutante Sangrenta, no Rio de Janeiro. Ele se mostrou bastante empolgado em fazer parte de uma produção da trupe curitibana durante ensaio acompanhado pela Gazeta do Povo.
Em sintonia com produções anteriores, a Vigor traz em Marlon Brando... projeções e uma trilha sonora cool outro destaque artístico da peça é a canção "Chino", composta especialmente por Rosie Mankato, ex-Rosie and Me.
Nos dias 5, 11 e 18 haverá a participação de zumbis de alto nível: os atores Maitê Schneider, Uyara Torrente e Claudinho Castro são convidados para uma cena especial em cada uma das datas.
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