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De obras sinfônicas a óperas, incluindo balé: 500 apresentações em mais de duas décadas | Divulgação
De obras sinfônicas a óperas, incluindo balé: 500 apresentações em mais de duas décadas| Foto: Divulgação

A Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) completa hoje 24 anos e comemora a data com uma apresentação no Teatro Guaíra. Os 60 músicos, sob a regência do maestro italiano Alessandro Sangiorgi, de 48 anos, executarão três peças. "São três obras desafiadoras", afirma o regente, desde 2002 à frente da OSP.

Don Juan, Opus 20, de Richard Strauss, dará início ao evento. "É uma obra muito difícil de ser executada. Vamos testar os nossos limites. Mas, independentemente disso, trata-se de uma obra belíssima. Tem ‘cara’ de abertura de concerto", comenta o maestro.

Em seguida, a orquestra executa Concerto Nº 2 para Violino e Orquestra em Mi Maior, Op. 64, de Felix Mendelssohn. Nessa peça, entra em cena o violinista italiano Domenico Nordio, que fará o solo. Sangiorgi explica que, a partir de muito diálogo, foi possível acertar essa participação mais do que especial, "desse artista brilhante", que está de passagem pelo Brasil.

Um intervalo de não mais que 30 minutos separa a primeira parte da performance do desfecho, em que a orquestra apresentará a não menos desafiadora Sinfonia Nº 5 em Mi Menor, Opus 64, de Piotr Ilytch Tchaikowsky.

Uma trajetória

Sangiorgi analisa que a OSP vive um bom momento, "apesar das turbulências da crise mundial". Os cerca de 60 músicos devem ganhar o reforço de outros 20. "Daí, sim, a orquestra ficará realmente completa." Quando? "Em breve", diz o maestro, lembrando que recentemente a orquestra acompanhou Andrea Bocelli, que se apresentou em São Paulo e no Rio de Janeiro, bem como Jose Carreras, que ano passado esteve no país. "Essas participações especiais (da orquestra) aumentam a autoestima dos músicos, e revelam que a orquestra tem prestígio", interpreta.

Cerca de 40 mil pessoas formam o público anual da OSP. Está bom? Sangiorgi acha que sim. Ele atribui essa popularidade ao flerte que a orquestra teve com manifestações mais populares, especificamente com as bandas curitibanas Fato e Blindagem. "As apresentações que fizemos com os roqueiros do Blindagem, por exemplo, chamaram a atenção para a orquestra. Conquistamos, via fusão com o rock, pessoas que anteriormente não tinham ideia de nossa existência", conta.

Sangiorgi faz questão de elogiar a qualidade e a competência dos integrantes da OSP. "São ótimos músicos, com padrão de excelência internacional. Tanto que foram requistados, recentemente, para acompanhar o Bocelli", diz, com a experiência de quem passa uma parte do ano (alguns meses) no continente europeu, onde trabalha com outros músicos.

O contrabaixista Antônio Mariano Thomazini, 55 anos, está na OSP desde o seu início, há 24 anos. Ele revela que a atuação de Sangiorgi à frente da orquestra tem se revelado muito instigante para os músicos. "Seja pelo fato de o titular convidar outros maestros para realizar a regência como pela participação de solistas. Isso nos enriquece profissionalmente", comenta Thomazini.

Benfeitorias

Sangiorgi tem plena convicção de que Curitiba ainda é pouco conhecida em âmbito mundial devido à presença dos artistas que atuam na cidade. Ele revela que muitos maestros e solistas europeus ficam surpreendidos com a qualidade, não apenas da orquestra, mas também da atividade cultural curitibana como um todo. O que falta fazer? "Divulgar, inserir a capital paranaense no mapa-mundi. Sei que falar é fácil, e não exatamente o que fazer para reverter a situação. Mas alguma coisa precisa ser feita", despista.

Objetivamente, o que precisa ser feito para melhorar a Orquestra Sinfônica do Paraná? "Como eu já falei, quando forem contratados esses cerca de 20 músicos, que virão se somar com os 60 em atividade hoje, daí sim a orquestra ficará completa", afirma. Algo mais? Sangirogi diz que "nada mais".

Atividades

De apresentações sinfônicas a óperas, incluindo balés, a OSP soma um repertório de 700 obras (de mais de 200 autores) exibidas em mais de 500 apresentações pelo Brasil. Aproximadamente 40 maestros convidados e 150 solistas dividiram o palco com a orquestra nesses 24 anos de ininterruptas atividades.

A OSP já foi regida, respectivamente, pelos maestros titulares Alceo Bocchino, Oswaldo Colarusso, Roberto Duarte, Jamil Maluf e Alessandro Sangiorgi. A apresentação sistemática do balé Quebra-Nozes, de Tchaikovsky, no final de ano, já faz parte do calendário da orquestra, do Guaíra e de Curitiba.

Serviço

Concerto de aniversário da Orquestra Sinfônica do Paraná. Teatro Guaíra (R. XV de Novembro, 971), (41) 3304-7900 e 3304-7999. Hoje, às 20h30. Ingressos a confirmar.

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