Violinos, apitos e cartões

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Um concerto aparentemente desconcertante. Assim deverá ser a apresentação da Orquestra Sinfônica do Paraná no próximo domingo, às 10h30, no Guairão. A idéia é transformar o palco do teatro em uma extensão dos estádios de futebol, com o maestro Alessandro Sangiorgi vestido de juiz e, em alguns momentos, mostrando até cartão vermelho. A platéia fará sua parte, como se estivesse torcendo, tendo a permissão para aplaudir, comentr, xingar o juiz, no caso o regente, e comemorar.

A idéia é que o concerto termine antes do meio-dia, dando tempo de sobra para o público torcer pela Seleção Brasileira, que enfrenta a Austrália às 13 horas. Alessandro Sangiorgi, inclusive, está solicitando à platéia que compareça com camisetas e bandeiras do seu time, ou da própria Seleção.

A sessão começa de forma um pouco mais solene, com Allegro Maestoso e Intermezzo, de Rogério Krieger, seguida pela Symphonic Dances from West Side Story, de Leonard Bernstein. Para terminar, a peça que vai causar toda a interatividade e ensaiada confusão no teatro: Santos Football Music, de Gilberto Mendes.

Mendes nasceu em Santos e, fiel às origens, criou esta música premiada na década 70 por suas qualidades como obra de vanguarda. As partituras incluem até mesmo fitas magnéticas com trechos de jogos de futebol. O samba, outra identificação nacional, não poderia faltar.

Para que orquestra e platéia atuem em harmonia, como se esta última fosse um coral, haverá um pequeno ensaio e, no momento exato das interferências, os músicos levantarão cartazes. Mais ou menos como funcionavam as claques, o público atua de acordo com o que pedem os cartazes: todo mundo fala ao mesmo tempo, gritar "mais um, mais um", gritos de gol, xingar o juiz. "O público vai intervir como num jogo de futebol. Será muito divertido e ninguém deve perder esta manhã", já avisou o maestro.

Serviço: Orquestra Sinfônica do Paraná. Dia 18, às 10h30, no Guairão – Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto (Pça. Santos Andrade, s/n.º). Ingressos: R$ 10.