O filme curitibano Visita Íntima, dirigido por Joana Nin, ganhou o prêmio de melhor curta-metragem no É Tudo Verdade, mais importante festival de documentários da América Latina. O anúncio dos vencedores foi feito neste domingo, em São Paulo. Este é o 17.º prêmio obtido pelo trabalho, que marca a estréia da diretora no cinema. Segundo ela, também foi o mais importante troféu conseguido até agora. O curta também já levou, entre outros, o Prêmio Especial de Júri em Gramado e o prêmio de Melhor Curta Documentário do Cine PE, ambos em 2005.
O filme fala de mulheres que mantém romances com presidiários. São seis personagens que, durante 15 minutos de projeção, falam sobre as angústias de ter um namorado ou um marido dentro da cadeia. Agora, Joana pretende aproveitar o bom momento para fazer um longa sobre o mesmo tema. "Esse assunto precisa ir para as telas comerciais", afirma a diretora, que se apaixonou pelo tema quando fazia uma reportagem para a tevê. O novo projeto, que inclui apenas algumas cenas já rodadas para o curta, será filmado quase inteiramente do zero.
Premiados
O vencedor do É Tudo Verdade na categoria internacional foi o alemão O Grande Silêncio (Die Grosse Stille, 2005), primeira incursão de uma equipe de filmagem no monastério da Ordem Cartusiana. Com quase três horas de cenas da rotina dos monges, o documentário se despe dos recursos extras como trilhas sonoras, entrevistas e narrações em off com o claro objetivo de fazer um filme contemplativo. Mas a película nada tem de pobre, prezando fundamentalmente pelo apuro técnico e estético apesar de uma narrativa lugar-comum , reproduzindo o torpor de uma vida em que o silêncio e a união com o divino são os objetivos essenciais.
Questionável foi a consagração na competição nacional do documentário Caparaó, do diretor paulistano Flávio Frederico. O filme conta a história de guerrilheiros que se reúnem em 1966 na Serra do Caparaó para conspirar contra o regime militar. A gravidade com que retrata as "trapalhadas" dos revolucionários é apenas o primeiro dos pontos negativos do filme. Com uma narrativa heterogênea, trilha musical estranha à progressão do filme e qualidade técnica deplorável, o prêmio contradiz a qualidade de um festival que contou com a participação de nomes para lá de reconhecidos como Kiko Goifman e Joel Pizzini.
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