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O professor Aristóbulo dá um beijo apaixonado em sua Risoleta (Débora Bloch) no altar | Raphael Dias/TV Globo
O professor Aristóbulo dá um beijo apaixonado em sua Risoleta (Débora Bloch) no altar| Foto: Raphael Dias/TV Globo

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Saramandaia

Terça-feira a sexta-feira, às 23 horas. TV Globo.

Casamentos são obrigatórios em capítulos finais de novelas, mas como tudo em Saramandaia, que termina na próxima sexta-feira, 27, as núpcias serão incomuns. Afinal, o noivo é um lobisomem e sua cara-metade, uma "marafona" aposentada numa cidade povoada por preconceitos. Aristóbulo (Gabriel Braga Nunes) e Risoleta (Débora Bloch), que ganharam destaque na nova versão da trama, serão felizes para sempre.

"A cena do casamento é emocionante porque traz uma surpresa. E ela vai se vestir bem. Não é aquele vestido de noiva convencional, mas igualmente lindo", conta Débora.

Gabriel diz que Aristó­­bulo mudou ao revelar o lado animal.

"Parar de esconder o lado selvagem e assumir seu amor por Risoleta fizeram com que o professor conseguisse resolver problemas arraigados há muito tempo. Ao se revelar, passou não só a aceitar seus próprios sentimentos e se tornar uma pessoa mais íntegra e verdadeira, mas também a ajudar os outros e a lutar pela justiça e pelo progresso da cidade. Ou seja, além de ter final feliz, virou um lobisomem-herói!"

Autor da novela, Ricardo Linhares explica que deu mais densidade a Aristóbulo. "Na primeira versão, o casal era mais para o cômico. Não tinha essa pegada de paixão e desejo. A trama terminava quando eles finalmente transavam, e o professor dormia. Senti necessidade de dar mais densidade a Aristóbulo e justificar o seu ‘insonismo’ encruado. Inventei uma noiva, cuja morte o deixou culpado. Risoleta dá paz de espírito a ele. Com o casamento, quis mostrar a consistência do casal e dar a eles o merecido final feliz. Agora, Risoleta tem um lobisomem para chamar de seu."

Não só a história do casal foi renovada. Linhares destaca que criou finais inéditos para quase todos os personagens e dá alguns exemplos: "O delegado assume que é gay; o padre é excomungado por ter casado lobisomem com prostituta – supostamente, o casamento é apenas entre homem e mulher, com o fim de procriar, e lobisomens não podem ter filhos –, Zico Rosado (José Mayer) articula o ‘mesadão’ para comprar o voto dos vereadores no projeto de um novo plebiscito; Gibão (Sergio Guizé) denuncia o propinoduto, e Zico é preso por corrupção durante uma manifestação da juventude saramandista".

Outra novidade importante, revela Linhares, é o desfecho do bebê de Zélia (Leandra Leal) e Lua (Fernando Belo).

"Na novela do Dias Go­­mes, de 1976, Zélia tinha um filho com asas que morria e ela se separava de Lua. Não matei o bebê nem desfiz o casal. Zélia e Lua entendem que o filho é extraordinário. Resolvi fazer desse bebê o primeiro de uma linhagem mudancista de seres alados. Marcina é assassinada, mas Gibão consegue revivê-la. E os dois também têm um bebê com asas", conta o autor.

Num balanço do trabalho, Linhares acredita que a novela saiu da "zona de conforto". "Vivemos numa época de procura pelo realismo na telinha. Isso não é crítica. O público quer ver seu cotidiano retratado na ficção. Mas é importante arriscar, e Saramandaia apostou na ousadia. Quebrou com o naturalismo vigente, com personagens surreais, cenas mágicas, e um linguajar que brinca com as palavras. É essencial que haja espaço para a experimentação", opina o autor, revelando que, numa homenagem à primeira versão, a novela terminará com o voo de Gibão ao som de "Pavão Misterioso", tema da abertura da trama de 1976.

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