Em cena, o ator José Mauro Brant, a exemplo de Lorca, conversa com o público, toca piano e declama poemas| Foto: Marian Starosta Lorongo/Divulgação

Serviço

Federico García Lorca: Pequeno Poema InfinitoQuando: De 9 a 11 de abril, às 21h, e 12 de abril, às 19hQuanto: R$ 20. Estudantes, idosos a partir dos 60 e cliente da Caixa Econômica com documento comprobatório pagam meia-entradaOnde: Teatro da Caixa(R. Conselheiro Laurindo, 280 - Centro, Curitiba (PR). Telefone: (41) 2118-5233 / 2118-5111)Confira o serviço completo no Guias e Roteiros RPC

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Em determinado momento de sua trajetória, Federico García Lorca (1898-1936) realizou algumas conferências, inclusive em Buenos Aires e Montevidéu. O poeta, além de dialogar com o público, também tocava piano e declamava poemas. A lenda reza, e a história confirma, que a plateia ficava "inebriada" com a verve do artista. Foi a partir dessa face de Lorca que o diretor Antonio Gilberto e o ator José Mauro Brant empreenderam uma viagem em meio à (vasta) produção do inventivo espanhol, o que resultou na montagem Federico García Lorca: Pequeno Poema Infinito.

Em turnê desde 2007, a peça – depois de estrear no Rio de Janeiro e de fazer temporadas em São Paulo, Brasília e Belo Horizonte – chega hoje a Curitiba, onde permanece até o domingo de Páscoa (12). No palco do Teatro da Caixa, José Mauro Brant dá complexidade a Lorca. Conversa diretamente com o público, toca piano e declama textos, a exemplo do que o poeta fazia em espaços públicos. O espetáculo foi costurado a partir de discursos, textos de palestras, poemas e fragmentos variados, produzidos de próprio punho por Lorca. Mas são elementos da natureza que imprimem um norte inconfundível à dramatização.

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Granada, cidade espanhola onde o artista cursou Direito e começou a perceber nuances da condição humana, tem relevância até demais nesta experiência teatral. Brant, o Lorca em cena, conta que, já nos primeiros instantes, o público recebe um convite: "Vamos para Granada?". Mas o ator, com o personagem na "pele", sugere que a plateia não se guie pelo olhos, antes pelo olfato e pelo ouvido. A sugestão sinestésica pretende sensibilizar o público para a arte de Lorca.

Cápsulas

A montagem tem como pontuação temporal as estações do ano. O início e o fim acontecem no outono. Primeiro, fala-se da infância. Antes do fim, como não poderia deixar de ser, fala-se da morte. Se na primavera há espaço para a poesia, o verão será o momento de problematizar sobre o teatro, por exemplo. "O ‘personagem’ Lorca divide as suas reflexões e apreensões com o público. O artista, durante a sua existência, pensou e amadureceu muitas ideias. Recuperamos alguns momentos relevantes e compartilhamos isso", diz o diretor Antonio Gilberto, que esteve recentemente na capital paranaense, no Festival de Curitiba, com a peça Maria Stuart.

Gilberto afirma que ver o resultado, e o efeito, de uma peça como Pequeno Poema Infinito reforça a sua fé no teatro. "O público brasileiro está interessado em montagens que instiguem à reflexão e que ao mesmo tempo sejam divertidas. É gratificante perceber que, depois do fim desse espetáculo, as pessoas ficam tocadas pelos temas que são tratados, como amor e morte", comenta o diretor dessa proposta que, inclusive, já esteve no berço de Lorca em uma bem-sucedida temporada.

A respeitada crítica de teatro Barbara Heliodora saudou, com muito entusiasmo, a montagem já na estreia, em março de 2007. "O espetáculo Federico García Lorca: Pequeno Poema Infinito é o triunfo da simplicidade", afirmou Barbara, nas páginas do jornal O Globo. Brant, por sua vez, completa: "Lorca é infinito. Seus poemas, eternos".

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Serviço

Federico García Lorca: Pequeno Poema Infinito. Teatro da Caixa (R. Conselheiro Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Textos do poeta espanhol. Direção de Antonio Gilberto. Com José Mauro Brant. De hoje (9) a domingo (12). De quinta à sábado, às 21 horas. Domingo, às 19 horas. Ingressos: R$ 20 e R$ 10. Classificação etária: 10 anos.