Bibliografia disponível no Brasil
Romances O Amor nos Tempos da Cólera Cem Anos de Solidão Memória de Minhas Putas Tristes A Incrível e Triste História da Cândida Erêndira e Sua Avó Desalmada Do Amor e Outros Demônios Crônica de uma Morte Anunciada O General em Seu Labirinto Me Alugo para Sonhar O Enterro do Diabo: a Revoada Má Hora: o Veneno da Madrugada O Outono do Patriarca Ninguém Escreve ao Coronel
Contos Doze Contos Peregrinos Os Funerais da Mamãe Grande Olhos de Cão Azul O Besouro e a Rosa; São Marcos; a Mulher que Chegava às Seis (com Guimarães Rosa e Mario de Andrade)
Obras jornalísticas e de não-ficção
Viver para Contar (autobiografia) Entre Amigos (críticas cinematográficas) Textos Caribenhos: 1948-1952 vol. 1 Textos Andinos: 1954-1955 vol. 2 Da Europa e da América: 1955-1960 vol. 3 Reportagens Políticas: 1974-1995 vol. 4 Crônicas: 1961-1984 vol. 5 Como Contar um Conto: da Oficina de Roteiros de Gabriel García Márquez Cheiro de Goiaba (depoimentos dados ao jornalista Plinio Apuleyo Mendonza) Notícia de um Seqüestro A Aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile Relato de um Náufrago
Dona Tranquilina Márquez ficaria orgulhosa de seu neto. Porque foi ela que o introduziu, quando ainda era criança, ao mundo das narrativas. O neto costuma dizer que o modo de contar de sua avó, com sua modulação própria de voz, mais a expressão impassível no rosto, virou uma influência tão grande que ele procurou reproduzir essas qualidades em seu texto.
Agora, o neto da dona Tranquilina completou 80 anos.
Gabriel García Márquez foi um dos escritores a colocar a literatura latino-americana no mapa. É razoável dizer que ele redesenhou esse mapa, alterando a topografia literária do continente.
Colombiano premiado com o Nobel de Literatura em 1982, Gabo como costuma ser chamado por pessoas mais ou menos próximas (o detalhe é que qualquer leitor de seus livros se sente próximo o suficiente para recorrer ao apelido) se tornou sinônimo do chamado realismo mágico, ou realismo fantástico.
Simplificando grosseiramente, trata-se de uma escola literária preocupada em mostrar o irreal (fantástico) como algo corriqueiro. O maior exemplo dessa modalidade aquele que costuma ser sacado sempre que o assunto vem à tona é Cem Anos de Solidão, a obra-prima de García Márquez. Ela também alvo de uma efeméride: neste ano, completa quatro décadas.
"O grande erro do García Márquez foi escrever Cem Anos de Solidão", brinca o crítico Wilson Martins, colunista da Gazeta do Povo. Uma referência ao fato inegável de Gabo ter produzido o livro que serviria de referência para todos os outros que o seguiriam sem nunca conseguir superá-lo. "Com Cem Anos, ele conheceu o lado triste de todos os gênios: chegou a um patamar em que não pode ir adiante nem mais alto", explica.
Para Martins, que admite ser um "grande fã" do autor de Crônica de uma Morte Anunciada, a peculiaridade de Cem Anos é ser um romance sobre o tempo e não sobre personagens, "o tempo que dura, não o tempo que passa", além de trazer uma visão do homem colombiano com humor e sensibilidade.
"Hoje, ele explora sua facilidade de escrever, enquanto vive uma luta contra ele mesmo, tentando se superar sem se imitar", diz Martins. Gabo está entre os autores mais célebres do mundo e sempre que lança algo novo, há uma comoção planetária. Foi assim com Memórias de Minhas Putas Tristes (2005), seu romance mais recente. No ano passado, a Record editou uma coleção com a obra jornalística de García Márquez cinco volumes pesados com reportagens, crônicas, resenhas entre outros textos. Talvez esse pé na imprensa explique a afeição dos jornalistas pelo autor.
"Foi a proximidade com o jornalismo que me levou aos seus livros", lembra Karina Janz Woitowicz, professora de Comunicação Social na Universidade Estadual de Ponta Grossa. Das leituras que fez de García Márquez, Doze Contos Peregrinos está entre seus preferidos. Karina conta que a mistura entre o real e o imaginário foi uma das qualidades de Gabo que mais a marcou, assim como a capacidade de construir ambientes e lugares.
O escritor e também colunista da Gazeta do Povo Miguel Sanches Neto lembra que leu Cem Anos de Solidão pela primeira quando ainda era um garoto vivendo em Peabiru, no interior do estado. Foi edição em papel jornal.
"O livro tem um poder de comoção muito grande. Quando me perguntam qual a cidade mais importante da América Latina, respondo que é Macondo. Macondo é a minha pequena Peabiru e muitos outros lugares. É a síntese do país", define Sanches Neto, para quem García Márquez é "o maior escritor vivo do mundo".
"García Márquez sabe escrever. Essa é a suprema virtude. Não sei explicar como isso sucede. Não consigo ter uma visão teórica desse fenômeno. Mas em muitos livros há profundidade de concepção associada a um nível baixo de realização. Grandes escritores, como Gabo, dominam a arte em todos os seus níveis", afirma Alberto Mussa, autor do romance Elegbara e "leitor fiel" do colombiano.
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