Eu achava que era só comigo que acontecia, mas, ao ler a biografia do Schulz escrita por David Michaelis, descobri que Matt Groening, o cartunista criador dos “Simpsons” tinha os mesmos problemas que eu quando tentava desenhar o Charlie Brown.
Matt conta que “a grande cabeça redonda do Charlie Brown virava um macrocéfalo oval. Não importa quanto praticássemos, nosso Charlie Brown acabava parecendo um monstro”. E não era só ele. Chris Ware, o criador de Jimmy Carrigan, também tinha seus obstáculos para desenhar o dono do Snoopy. “Ele sempre terminava parecendo tão errado, uma piada horrível, como alguém vestido para uma festa a fantasia”.
A biografia do criador do Snoopy. David Michaelis. Tradução de Denis de Brong Mattar. Editora Seoman, 592 pp., R$ 55.
Além de Schulz, apenas um cartunista conseguiu desenhar a cabeça do Charlie Brown exatamente na proporção de seu corpo, redonda e com o nariz na altura em que tem que ficar. Jim Sasseville, que viria a ser assistente de Schulz.
Se você acha que a complexidade dos personagens, as piadas inteligentes e sensíveis e a capacidade de desenhar a mesma tira por 50 anos não são suficientes para colocar Schulz no grande clube dos gênios recentes da humanidade, o desenho talvez sirva como argumento definitivo.
Sparky, como era chamado, criou um estilo inconfundível, aparentemente simples, porém complexo o suficiente para que ninguém tenha dúvida de que se trata de um grande desenhista. A cabeça do Charlie Brown é a prova disso. Duvida? Tente desenhá-la.
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