Naiara, Felipe e Val (à dir.) interpretam personagens que refletem o poeta| Foto: Divulgação

Agenda

Atrações na Biblioteca Pública do Paraná marcam aniversário de Paulo Leminski, morto há 22 anos.

Clics em Curitiba

Exposição de 24 painéis de fotos publicadas no livro de poemas e imagens Quarenta Clics em Curitiba, de Jack Pires e Paulo Leminski, lançado em 1976. Abertura hoje, às 19 horas. Até 24 de setembro.

Ervilha da Fantasia – Uma Ópera Paulo Leminskiana

Documentário do cineasta Werner Schumann. Hoje, às 19h30, no auditório Paul Garfunkel.

O Dia em Que Morreu Leminski

Leitura dramática de texto do dramaturgo Rogério Viana. Hoje, às 17h30, no auditório Paul Garfunkel.

A Biblioteca Pública do Paraná fica à Rua Cândido Lopes, 133, em Curitiba. A entrada é franca.

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If you don’t know me by now/ you will never never never know me (se você ainda não me conhece, nunca irá me conhecer) dizia o sucesso do Simply Red em 1989. Em 7 de junho daquele ano morria o poeta Paulo Leminski. Ao usar os versos da canção em sua peça O Dia em Que Morreu Paulo Leminski, o dramaturgo Rogério Viana pretende abordar um fato curioso: como hoje proliferam as criações artísticas baseadas na vida e na obra do escritor curitibano, isso faz com que o público e os artistas estabeleçam contato com a obra do autor de Catatau por meio de terceiros.

Essa é uma das sugestões do texto, que terá hoje uma leitura dramática na Biblioteca Pública do Paraná – parte das comemorações pelo aniversário do poeta, que completaria 67 anos nesta data.

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Viana começou o texto em 2009, enquanto cursava o Núcleo de Dramaturgia do Sesc. Mostrou então a ideia ao diretor Marcio Abreu, da Companhia Brasileira de Teatro, que trabalhava justamente com Vida, espetáculo premiado, inspirado na obra de Leminski. Pouco depois o grupo Delírio estreou Metaformose Leminski – Reflexões de um Herói Que Não Quer Virar Pedra. Além das obras cênicas, dois filmes em cartaz nesta semana e uma exposição de fotos homenageiam o artista (veja mais informações no quadro ao lado e no roteiro da página 2).

"O grande interesse que existe hoje pela obra dele talvez tenha relação com o que [o escritor italiano] Umberto Eco diz: ‘Infeliz e desesperado aquele que não sabe se dirigir a um leitor futuro’. Leminski soube escrever para o futuro", disse o dramaturgo à Gazeta do Povo.

Na leitura dramática de hoje, que tem direção de Léo Moita e participação dos atores Felipe Custódio, Val Salles e Naiara Bastos, o espectador terá de ficar muito atento para "pescar" uma ou outra alusão a fatos da vida do poeta, todas veladas em meio ao texto. Preste atenção, por exemplo, no nome dos personagens e tente ligar suas origens à personalidade de Leminski.

Personagens

Os três coprotagonistas, aliás, são na verdade um só – mas não o próprio poeta. "Me inspirei na biografia dele, que é dramática, triste e muito intensa." Eles se debruçam sobre o mundo dos livros – sua existência física, nas prateleiras, onde podem desenvolver colóquios complexos regados a vodca, em caixas ou jogados na rua.

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"Os livros representam a trajetória dele. Leminski foi um guardador de grandes textos, que provocavam nele uma revolução de pensamentos", conta Viana.