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Cantor gaúcho integrou a banda Os Replicantes. | Fernanda Chemale/Divulgação
Cantor gaúcho integrou a banda Os Replicantes.| Foto: Fernanda Chemale/Divulgação

Faz nem dois anos que Wander Wildner lançou Mocochinchi Folksom (2013), mas seu novo disco aponta um novo caminho na carreira do ex-Replicante outrora conhecido como punk brega. Um novo velho caminho: distante do folk, que estava presente desde Caminando y Cantando (2010), ele se reaproxima do bom e velho rock simples com guitarras distorcidas entremeadas por baladas sobre o cotidiano. O que realmente é novidade em Existe Alguém Aí? o próprio Wander explica: “É meu primeiro disco conceitual.”

O conceito do projeto tem caráter político e está resumido no título, uma chamada à consciência do ouvinte. “Sua vida merecia/ Ser melhor que a da sua tia”, ele canta em “Vivendo 100% Cada Momento.”

Naquela Noite Ela Chorou foi composta no dia das eleições de 2014, conta o músico: “Todos viram a democracia acontecer/ Mas com um resultado devastador”. “É uma referência à derrota de Olívio Dutra para Lasier Martins [na votação para o Senado]. Havia um clima triste em Porto Alegre por conta desse resultado”, diz.

Wander encarna personagens diferentes nas canções – vários deles mulheres. Fala de solidão (em “Sua Própria Companhia”), comida orgânica (“Plantar, Colher e Depois Dançar”), cita o caos urbano porto-alegrense (“Réquiem para uma Cidade”) e o exemplo que vem da democrática Berlim (“Ela É uma Phoenix”).

“As músicas mostram a minha visão da sociedade atual”, explica. A aposta na base guitarra-baixo-bateria (com algum teclado pontual), essência do punk rock, tem a ver com essa postura política. Mas, a despeito do pessimismo da abertura (a primeira canção, “Réquiem para uma Cidade”, é apocalíptica), há espaço para a esperança.

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