O corpo da atriz e ex-vedete Wilza Carla foi sepultado na terça-feira (21) no Cemitério São Francisco Xavier, na região portuária do Rio. Ela morreu na madrugada de domingo no Hospital das Clínicas, em São Paulo, aos 75 anos. Wilza sofria de diabete e problemas cardíacos. Morreu esquecida pelo público. Wilza ficou famosa como a personagem Dona Redonda, da novela "Saramandaia", uma criação de Dias Gomes, da TV Globo, e também por seus papéis sensuais em chanchadas.

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Paola Fayeza da Silva, sua filha, que há 11 anos morava com Wilza para cuidar dela, disse que a mãe ainda sonhava voltar à televisão. "Ela amava o que fazia. Apesar de bastante debilitada nunca fraquejou." Wilza tinha dois netos, um menino de 7 anos e uma menina de 10. "Eles eram a alegria dela nos últimos anos", lembrou Paola.

Nascida em Niterói, na região metropolitana do Rio, em 19 de outubro de 1935, começou a carreira artística em 1955, depois de ser convidada pelo diretor Carlos Manga para participar do filme "Chico Viola Não Morreu". Neta de ex-governador fluminense Soares Filho, filmou escondida da família, que, conservadora, a proibia até de ter aulas de balé. Depois da morte do avô, partiu para o teatro de revista, com Carlos Machado, e se tornou uma das vedetes mais famosas do País. Foi eleita Rainha do Carnaval carioca em 1957, 1958 e 1959.

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Após participar de montagens brasileiras em Portugal, filmou no Rio, em 1967, a produção sueca "Palmeiras Negras". O filme, censurado no Brasil, rendeu a ela, já acima dos 100 quilos, prêmio no Festival de Palermo, na Itália. Em 1970, filmou o polêmico "Os Monstros de Babaloo", considerado o filme mais ousado feito no Brasil até então.

Na TV, participou de humorísticos, mas o auge da fama veio em 1976, em "Saramandaia", na qual sua personagem explodia de tanto comer e deixava uma cratera aberta no chão. O público pediu e Wilza retornou como Dona Bitela, irmã gêmea de Redonda. Na década de 70, filmou várias pornochanchadas.

Os problemas de saúde começaram nos anos 80, quando era jurada em programas de auditório de Silvio Santos e Raul Gil. Entre 1990 e 1991 fez participações na minissérie "O Portador", da Globo, e na novela "Ana Raio e Zé Trovão", da Manchete, mas voltou a ser internada três anos depois. Com problemas de locomoção, teve de usar cadeira de rodas nos últimos anos de vida, e tinha problemas de memória. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.