A magra lista das seqüências que superam os filmes anteriores ganha mais um título com "X-men: O confronto final" (veja trailer), o encerramento da trilogia, iniciada em 2000, sobre a difícil convivência entre humanos e mutantes e entre mutantes do bem e do mal. A estréia é na próxima sexta-feira (26), com um adversário poderoso na briga pela bilheteria, "O código Da Vinci" (veja trailer), que faturou US$ 224 milhões na estréia mundial esta semana e promete brigar pela liderança semana que vem.
Depois de mostrar vilões humanos que desejam exterminar o que consideram aberrações causadas por um distúrbio genético, surge a cura para a "anomalia" através de um laboratório que descobre uma injeção mágica que em poucos segundos transforma o mutante numa "pessoa normal".
A direção foi entregue a Brett Ratner, depois que Bryan Singer, diretor dos dois primeiros episódios, foi contratado para ressuscitar a franquia Super-Homem. Ratner conduz com eficiência 104 minutos de ação calcada em efeitos especiais que devem ter consumido boa parte do orçamento de US$ 150 milhões, o maior dos três filmes da série. A franquia é bem rentável. O primeiro longa custou US$ 75 milhões e faturou US$ 295,9 milhões; o segundo, US$ 125 milhões, para uma bilheteria mundial de US$ 406,3 milhões.
No novo episódio há uma suposta aceitação dos mutantes, já que existe um subsecretário nacional para assuntos relativos aos mutantes (ou coisa que o valha), o doutor Henry McCoy, uma espécie de lobisomem azul. Outra novidade é o Anjo (bem Foster), filho do dono do laboratório que inventou a cura e sem papel decisivo na história, fica só voando para lá e para cá.
O miolo do enredo é que a tal cura é colocada em ampolas que servem de munição para armas de plástico, com a intenção capciosa de usá-las contra a vontade dos mutantes. Esta constatação desperta a ira do vilão mor Magneto (Ian McKellen) e o leva mais uma vez a buscar o extermínio dos humanos, desta vez com uma poderosa aliada, a todo poderosa mutante Jean Grey (Famke Janssen).
Jean foi desta para melhor no filme anterior, o que não é obstáculo para Hollywood, que providencia sua ressurreição no mesmo rio onde ela morreu, numa manipulação de águas de deixar verde de inveja o Moisés de "Os 10 mandamentos". Só que Jean renasce mázinha e sua primeira "vilãnice" é matar o homem que ama, Scott, o Ciclope (James Marsden).
O filme mostra a origem de Jean, quando o mocinho, professor Charles Xavier (Patrick Stewart) e seu então amigo Eric "Magneto" Lehnsherr foram encontrá-la ainda jovem e já a mutante mais poderosa do mundo e esquizofrênica, com uma personalidade boa e outra má que se alternarão depois da ressurreição, oferecendo oportunidade para uma overdose de efeitos especiais.
Magneto também apela para overdoses de efeitos, como quando tira a famosa Golden Bridge de seus pilares para servir como plataforma de transporte até uma pequena ilha na bacia de São Francisco, onde está a fábrica da "cura".
Alguns mutantes são atingidos ou optam pela "cura", uma delas a azulada Mística, que revela nua em pelo toda a beleza da atriz Rebecca Romijn. Há "curas" e, principalmente, mortes surpreendentes que parecem uma troca de guarda na história, passando o comando para Wolverine (Hugh Jackman) e Tempestade (Halle Berry). E todo tipo de mutantes, os que levitam coisas, os que congelam, os que incendeiam, os que escrevem passando a mão sobre o papel. Só não tem mutantes músicos. Esses só nós temos.