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Yoko Ono ainda poderá escrever sua autobiografia, apesar de sua relutância em enfrentar críticos hostis - fãs dos Beatles que ainda a vêem como culpada por ter provocado a separação da banda. Mas Yoko também se preocupa com a possibilidade de magoar pessoas sobre as quais escreveria.

"Quero fazer isso um dia, provavelmente, mas ainda não estou com tempo", disse Yoko, viúva do Beatle assassinado John Lennon, durante um fórum em Nova York. "Existem coisas sobre as quais eu não poderia escrever, porque isso poderia ferir alguém", disse. "Penso em como poderia ferir (seus) filhos, e não quero fazer isso."

Falando de sua própria arte e música, Yoko Ono disse que sempre enxergou seu trabalho como sendo asiático e rejeitou ser classificada como parte do Fluxus, um movimento minimalista prevalecente em Nova York no início dos anos 1960. "Conheci John Cage e tudo isso", disse ela, falando do compositor associado ao movimento. "Mas não acho que seja assim que eu deva ser explicada."

Yoko Ono disse que, após o assassinato de John Lennon, em 1980, diante da casa deles, no edifício Dakota, em Manhattan, ela estudou a possibilidade de se mudar, porque sempre havia tantas pessoas em torno do edifício. Mas acabou permanecendo porque o apartamento era o lar que ela criara com Lennon e "significa muito para Sean" - o filho dela e de Lennon, que tinha 5 anos quando seu pai morreu.

Yoko Ono disse que o desprezo voltado a sua arte e sua música, que hoje estão recebendo tratamento mais favorável de críticos e fãs da música dance, nunca a incomodou. Mas ela se preocupava com o fato de Lennon sentir-se mal pelo fato de o trabalho dela não ser apreciado.

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