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Josefel Zanatas, o malévolo Zé do Caixão, volta a infernizar jovens mulheres em sua busca por um sucessor | Divulgação
Josefel Zanatas, o malévolo Zé do Caixão, volta a infernizar jovens mulheres em sua busca por um sucessor| Foto: Divulgação

Foram necessários 42 anos para que o coveiro Josefel Zanatas, o Zé do Caixão, conseguisse encontrar a reprodutora ideal de um rebento à sua altura. Este dia finalmente chegou com a realização de Encarnação do Demônio (2006), última parte da trilogia de José Mojica Marins, iniciada na década de 1960 com À Meia-Noite Levarei sua Alma (1964) e seguida por Esta Noite Encarnarei no Seu Cadáver (1967).

O novo filme, que estréia hoje no Cinemark do ParkShopping Barigüi, parecia maldito como seu diretor. Desde que o roteiro ficou pronto, em 1964, três produtores interessados em realizar o filme morreram pouco antes de dar início às filmagens. A feitiço se quebrou somente em 2000, quando Paulo Sacramento procurou Mojica disposto a produzir o filme. "Quis saber se ele era casado: era. Se tinha sócio: tinha. Juntou-se com os irmãos (os produtores Caio e Fabiano) Gullane, que são jovens. Para morrer era muita gente, então tudo bem", disse o diretor, em entrevista exclusiva para a Gazeta do Povo.

Encarnação do Demônio parece mesmo ter encerrado a fama de maldito de José Mojica. O filme faturou sete prêmios no Festival de Paulínia (incluindo melhor filme e diretor) e dois no 3º Festival do Paraná de Cinema Brasileiro Latino (prêmio especial de atuação, para Rui Rezende, e de direção de arte).

"Todo mundo acha o filme forte, é a primeira vez que não tive críticas contra mim. O que era trash virou cult, de agora em diante todas as minhas fitas serão respeitadas", disse Mojica.

Zé do Caixão da terceira idade

Após dez anos em reclusão em um manicômio e três décadas preso na ala de saúde mental da Penitenciária do Estado de São Paulo, onde se tornou uma lenda por sua malignidade, Zé do Caixão volta às ruas acompanhado de seu fiel serviçal, o corcunda Bruno (Rui Rezende), e se refugia em uma favela de São Paulo, onde passa a viver com um séquito de psicóticos. Enquanto busca mulheres para fazer um filho perfeito, Zé passa a ser atormentado pelos espectros de suas vítimas.

As mulheres atacadas pelo coveiro são vividas pelas atrizes Helena Ignez, Débora Muniz, Cléo de Páris, Thais Simi e Nara Sakarê. Também participam do elenco Luis Melo, Jece Valadão (morto em novembro de 2006, em meio às filmagens) e José Celso Martinez Corrêa.

Aos 72 anos, Mojica demorou para aceitar encarnar novamente o Zé do Caixão. "Exigiram que eu fizesse o papel. Não queria porque eu era um Zé com setenta e tantos anos e a continuação ficaria sei lá... meio palha. Mas aí adaptei e ficou legal", justificou.

Se o mundo ficou mais violento, Zé do Caixão acompanha essa tendência. O ator não faz surpresa ao seus fãs, que conta serem muitos em Curitiba: "O Zé morre, mas com a certeza de que deixa sua continuação com o filho perfeito". O que não o impedirá de criar uma tetralogia, "se o mundo pedir e eu sentir que tenho saúde pra fazer".

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