Ziggy Marley: mensagem de amor pelo Brasil

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Ziggy Marley é um apóstolo do amor, a palavra sai de sua boca como um mantra, encaixada em qualquer frase possível ou mesmo impossível. Não à toa seu novo disco se chama "Love is my religion" ("O amor é minha religião"). Ao falar de amor ele diz falar de Deus, os dois conceitos se fundem. Ziggy volta ao Brasil para uma pequena turnê que começou na terça-feira (3) em Porto Alegre e vai até domingo (8) em Curitiba.

Numa entrevista por telefone com seu carregado sotaque jamaicano, Ziggy, um dos nove filhos do mito Bob Marley, ecoa o discurso de uma das mais celebradas dinastias "paz e amor" do pop.

- A violência só se justifica como instrumento de defesa, nunca para atacar - pondera o músico, que se apresentou recentemente em uma das áreas mais críticas do planeta quando o assunto é violência, Israel, tomada como "mau" exemplo: - Acho que israelenses e palestinos se defendem e atacam num ciclo que não tem fim. Violência atrai violência e esse caminho não leva a lugar algum.

Ziggy cita como exemplos de luta pacífica o pastor americano Martin Luther King (1929 - 1968) e o líder indiano Mahatma Gandhi (1869 - 1948), ambos assassinados a tiros.

Ele lamenta que as religiões sejam usadas para instigar a violência e acredita que é necessário um novo olhar em relação à fé para o entendimento. E concorda que Jerusalém, cidade sagrada de três religiões (cristianismo, islamismo e judaísmo), devia ser compartilhada por todos.

O herdeiro de Marley aponta uma guerra acirrada no mundo atual.

- Existe uma luta entre o bem e o mal, há muita coisa errada. Tenho consciência de que é uma luta para a vida inteira - diz ele.

Ele não aceita a provocação de que os americanos atingidos no atentado ao World Trade Center podiam ser responsabilizados pela política do governo do presidente George W. Bush.

- Não, eles eram inocentes, as crianças e os velhos eram inocentes. Lamento que a América siga o caminho da violência porque não levará a lugar algum, nada disso vai funcionar.