Paulo Zulu era apenas um surfista desavisado em ondas cariocas quando foi chamado de uma hora para outra para se aventurar em outra praia: a passarela. Aos 28 anos, a beleza do típico garoto de praia não passou despercebida aos olhos de Sérgio Mattos, descobridor de muitos talentos do mundinho fashion. Antes de entrar na passarela da grife Sandpiper, nesta quinta-feira, no Fashion Rio, da qual é modelo exclusivo, o top falou sobre ser modelo.
- Comecei a trabalhar como modelo aos 28 anos e enfrentei muitas barreiras por causa da idade. Porém, consegui me impor no meio e ter um trabalho reconhecido até hoje. Ser modelo é vestir a camisa da marca e ponto final - diz.
Aos 42 anos de muita praia, o modelo é considerado um fenômeno e há 14 anos tem uma carreira consolidada no mercado, tanto em território nacional quanto lá fora. Zulu, que atualmente mora com a mulher, a modelo Cassiana Mallmann, e os filhos pequenos, Derek, de três anos, e Patrick, de um ano e três meses, na Guarda do Embaú, cidade litorânea de Santa Catarina, viveu o preconceito por seguir uma profissão que ainda tinha poucos homens no início dos anos 90.
- Hoje é um trabalho que tem muita credibilidade, as pessoas se orgulham dos modelos. Quando comecei, éramos taxados de uma forma pejorativa. Tinha essa coisa de que todo modelo era gay, o que valia para qualquer profissão artística. Os caras achavam que a gente não podia ser modelo casca-grossa, lutador - relembra ele, acrescentando: - Com a minha forma séria de trabalho, contribuí muito para essa mudança. Passei por várias provações e, durante esse tempo todo, consegui mostrar que é uma profissão tão importante como qualquer outra. Hoje, trabalho com modelos de 16 ,17 anos e me orgulho de estar aqui - completa.
Longe dos holofotes, Zulu quer voltar a surfar profissionalmente e ainda arruma tempo para participar de corridas de aventura.
- O esporte é o meu combustível. Por isso prefiro vender produtos que estejam relacionados à saúde. O mais importante não é a grana. Podem me oferecer um milhão de dólares que não faço uma campanha de cigarro, ou cerveja. Não faço nada que não acredito. Sabe como é? Não vou fazer um comercial para o McDonald's se não como carne vermelha. Sou um produto que vende produtos, sonhos e fantasias positivas - arremata o modelo.