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The Walking Dead: mortos-vivos em produção com diálogos à la Tarantino | Divulgação
The Walking Dead: mortos-vivos em produção com diálogos à la Tarantino| Foto: Divulgação

Vampiros que se cuidem, porque os zumbis também estão na moda. A superprodução The Walking Dead estreia no Brasil amanhã, às 22 horas, no canal pago Fox. Baseada na HQ escrita por Robert Kirkman, a série conta com roteiro e direção de Frank Darabont (dos ótimos longas Um Sonho de Liberdade e À Espera de um Milagre). Se tomar como base o primeiro episódio, vai causar um zunzunzum até entre os que estão mais pra lá do que pra cá.

Poderia até apostar: bastam menos de dez minutos de The Walking Dead para que você não mais desgrude os olhos da tevê. A explicação se dá por conta dos silêncios sugestivos, dos diálogos à la Quentin Tarantino (diretor de Bastardos Inglórios) e uma tensão sempre presente, que se agiganta com a saga que começa a viver o policial Rick Grimes, interpretado sobriamente por Andrew Lincoln.

Tudo começa com um balaço na testa de uma criança morta-viva. Não há maiores explicações, a não ser o que é claro: há zumbis à solta em uma cidade deserta, mas caótica. Corta.

Rick Grimes e quem pensamos ser seu melhor amigo – um colega de profissão –, dialogam com fluência sobre a mulher de Rick, Lori (Sarah Wayne Callies). O casal tem um filho, Carl, e o casamento não vai bem. A conversa se dá em uma viatura policial. Mas aí o rádio aciona "todas as unidades" para uma perseguição em uma estrada próxima. Há troca de tiros. Rick é ferido gravemen­­te. Ele apaga.

O policial acorda na cama de um hospital, ao que deduzimos, depois de algum tempo. Barba por fazer, recebe a visita de seu colega – que leva flores e conversa como se Rick, que está retomando os sentidos –, o compreendesse perfeitamente. A câmera é subjetiva e a situação do policial lembra o autoenclausuramento vivido por Mathieu Amalric no filme O Escafandro e a Borboleta – ponto para a produção.

Dias mais tarde, Rick acorda pra valer. Cai da cama, chama a enfermeira. Nada. Não há ninguém. Debilitado, ainda ferido e descalço, anda pelo hospital e vê o caos. Fora dele, uma fileira de corpos cobertos, cercados por helicópteros e tanques de guerra. Algo está errado ali, e ele percebe isso até encontrar o primeiro ser rastejante. Um zumbi pela metade esperneia, grita algo. Rick não acredita.

O que há de diferente em The Walking Dead é a estratégia interessante de colocar o "problema dos zumbis" como um apêndice para outras discussões. Por exemplo: de repente, Rick tem de aprender a se virar em meio a essa nova conjuntura. Porque anda pelas ruas à solta, é confundido com zumbis e tem de provar sua "inocência" a um pai e a um filho que, todos os dias – aí surge outra fagulha –, vê sua mãe, já zumbi, bater à porta de casa. O menino se desespera e chora embaixo de almofadas para não atrair mais mortos-vivos. O pai pensa em matar a esposa – ou aquilo em que ela se transformou. Mira em sua testa, olha nos seus olhos e...

Ao final do episódio, o policial fica sabendo que há um campo de refugiados em Atlanta. E parte para lá. A cavalo. A cena em que chega à cidade va­­zia e cinza, aliás, é magistral. Mas há muitos zumbis em Atlanta. Uma multidão deles faz com que Rick entre debaixo de um tanque de guerra. O seriado quase tem seu fim ali, mas o policial, de última hora, acha uma portinhola. Entra no tanque. Mata um zumbi, e ouve uma mensagem irônica pelo rádio: "Ei, você do tanque. Você mesmo. Está se divertindo aí?".

Serviço:

The Walking Dead. Estreia amanhã, às 22 horas, na Fox.

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