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Eleições à flor da pele – e dos investimentos

A cada declaração de um candidato ou uma denúncia, uma resposta do mercado financeiro. (FOTO: Bigstock) (Foto: )

Preciso ser honesta neste nosso primeiro encontro: seria muito mais tranquilo estrear esta coluna falando de temas amigáveis (ainda que igualmente polêmicos), envolvendo, quem sabe, futebol, viagens ou até comida. Todos sabemos que ninguém resiste aos “comfort issues”, como aquelas listas com as cidades eleitas para se conhecer em 2018 ou com os 10 bares com as coxinhas mais recheadas do Brasil.

Se voltássemos no tempo em um mês, certamente estaríamos discutindo o jogo do Brasil contra o México, quando nossa seleção se consagrou vitoriosa e alimentou nossa ilusão de alcançarmos o hexa na Copa da Rússia. Saudade daquele tempo…

Desta vez, contudo, não fui convocada para esta nova seleção de colunistas para falar de temas amistosos. Vim aqui, ainda que em missão de paz, debater investimentos, leia-se, o meu, o seu, o nosso dinheiro.

Prometo não ser mal-educada e perguntar como vão suas finanças, mas preciso dizer que, desde o momento em que comecei a escrever esta coluna até sua publicação, alguma coisa já pode ter mudado e afetado seu patrimônio.

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Faltando pouco mais de dois meses para o primeiro turno das eleições presidenciais e em meio a um cenário bem embolado entre os candidatos, a Bolsa, o câmbio e os juros brasileiros estão sujeitos, mais do que nunca, a flutuar bastante ao sabor das notícias políticas. Qualquer uma pode servir de pretexto para o investidor se posicionar.

Alckmin fechou acordo com o Centrão? Um viva do mercado e uma rodada reforçada de compras na Bolsa.

Ciro ameaçou crescer nas próximas pesquisas? Vende, vende, vende tudo.

PT garante que contará com o nome de Lula nas urnas? Melhor montar uma aposta pesada em dólar.

E por aí vai. Então é fundamental entender minimamente o que cada candidato pensa sobre economia:

“Evidente que não [sou favorável à privatização de estatais como a Petrobras e a Eletrobras]. Para mim, a privatização é uma ferramenta.”
Ciro Gomes (PDT) ao UOL.

“Sou contra Estado empresário. O Estado é um péssimo empresário.”
Geraldo Alckmin (PSDB) à Reuters.

“Não tem nenhuma mágica. É preciso resgatar a política econômica que esteve em vigor desde o início do Plano Real, recuperar o superávit primário, sem prejuízo dos investimentos em programas sociais, e controlar a inflação.”
Marina Silva (Rede) ao Estadão.

“Que a nossa economia realmente passasse a ser liberal. Esse é o nosso sonho.” Jair Bolsonaro (PSL) ao Roda Vida.

“Alguém imagina que vamos reativar a economia com um trabalhador pobre pagando por três geladeiras para levar uma para casa? Não posso criar mecanismos indutores de redução de spread num setor claramente oligopolizado?” Fernando Haddad, coordenador do programa de governo do PT e apontado como potencial alternativa ao ex-presidente Lula nas eleições presidenciais, à Folha de S.Paulo.

Goste ou não de política e/ou economia, é melhor aceitar que os dois tópicos têm relação direta com seu dinheiro. E, se não tiverem, algo está muito errado e tenho medo de pensar que você possa estar guardando seu dinheiro na poupança, ou, pior, embaixo do colchão.

À medida que a disputa eleitoral se aproxima e os candidatos estão sendo cobrados mais efusivamente por suas propostas, os mercados tendem a ficar ainda mais voláteis, imprevisíveis. O que não impede ninguém de efetivamente lucrar.

Não há como saber como os investidores vão se comportar nesses dois meses (nem em nenhum momento, é claro). Mas é fundamental agir, seja para proteger seu patrimônio ou, melhor, para fazer dinheiro.

Espero que não seja um crime falar de dinheiro por aqui. Eu sou jornalista, mas sempre atuei mais perto de economistas e financistas do que de colegas de áreas como Cultura e Cidades.

Tanto que, há dois anos e meio, comecei a trabalhar na Empiricus, publicadora de conteúdo financeiro que tem como principal missão mostrar ao investidor pessoa física que não é preciso ser nenhum PhD em Finanças para ganhar dinheiro.

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Fato é que, com acesso – e interesse – a informações econômicas, tudo fica mais fácil. Quem se desesperou com a queda da Bolsa brasileira em maio (-10,9%) e em junho (-5,2%) agora lamenta ter ficado de fora da recuperação de julho, quando o Ibovespa subiu 8,9% e uma parte dos (bons) fundos de ações se recuperou depois de apanhar nos últimos meses.

A frustração também deve ter acometido aqueles que, desde que a Selic caiu vertiginosamente, abriram mão de investimentos mais conservadores. Teve título público vendido pelo Tesouro Direto que entregou retorno de nada menos que 4,5% só em junho, bem acima da variação de 0,5% do CDI. Tá bom, ou quer mais?

Enquanto os candidatos apresentam suas novas velhas propostas, empresas reportam seus balanços financeiros, os Estados Unidos (ou Trump) ameaçam comprar briga com diferentes países, greves acontecem, a política de juros mundo afora se ajusta a novos tempos e investidores espertos aproveitam para ajustar seus portfólios.

Meu papel nesta coluna será ajudar você a navegar pelos temas de finanças e investimento deixando de lado a emoção e fincando o pé na razão para cravar um presente e um futuro financeiro confortáveis.

Toda quinta-feira nos veremos por aqui. Se tiver qualquer dúvida ou sugestão, basta comentar na coluna.

Até semana que vem!

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