Um dos sete pecados capitais, a preguiça é o que vejo marcar maior presença no meu dia a dia pessoal e profissional.
Quase todo mundo tem certa tendência a procrastinar em tarefas cotidianas e até nas obrigações de trabalho por pura moleza, pela simples prioridade de tarefas secundárias.
Um professor sábio já dizia que, em época de estudos para provas, os alunos prefeririam lavar a louça de casa a pegar nos livros para encarar a maratona de exercícios. Naquela época, minha casa nunca esteve tão limpa…
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Temos a tendência a nos autossabotar constantemente. Nosso cérebro sabe que a vida é feita de escolhas e, quase sempre, nos vemos priorizando aquelas que nos trazem unicamente conforto — ou, ao menos, menos desconforto que a tarefa supostamente principal.
Segunda-feira é o dia oficial da dieta que nunca existiu. Janeiro é o mês em que, finalmente, sua lista de projetos de ano novo vai decolar. Férias são o momento perfeito para colocar as pendências da vida em dia. E por aí vai…
Vamos criando verdadeiros artifícios para lidar com um sentimento que acomete a todos, sem exceção: a preguiça. E quando o assunto é dinheiro, então, aí esse pecado ganha o primeiro lugar disparado.
Dinheiro não é passatempo
Sejamos francos: lidar com dinheiro não é divertido. Ter dinheiro, sim.
Ninguém vai para casa mais cedo porque está “louco para organizar os investimentos”.
Dinheiro é necessidade, não lazer.
O problema é que grande parte das pessoas ainda encara o assunto como se ele pudesse ser acessório, como se fosse tudo bem não poupar, não investir e não ter sequer ideia de quanta se ganha e quanto se gasta todo mês.
Se ainda não ficou claro, deixe-me avisar: dinheiro nunca fará parte dos seus hobbies. Suas finanças entram (ou deveriam entrar) na categoria das obrigações, ao lado do trabalho, da organização da casa, das compras no supermercado e da limpeza.
Você pode escolher não frequentar a academia, ainda que sofra com as consequências físicas de sua decisão. Mas, sem cuidar do dinheiro, não haverá espaço para escolhas.
Tem gente que fica esperando uma ajuda divina cair do céu, ou simplesmente opta por não discutir o assunto. Há um elefante branco na sala, mas, se ninguém mencionar o problema, ele simplesmente deixará de existir.
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Desculpe desapontá-lo, caro leitor, mas o dinheiro está estampado em qualquer tarefa do seu dia a dia. E quanto antes você se der conta de que precisa levar a sério a organização financeira, mais fácil ela vai ficar.
Supondo que você já consegue poupar alguma coisa e que tem o mínimo de noção de orçamento, o grande desafio diz respeito ao investimento.
Muitos dirão que, tendo pouco dinheiro, não fará muita diferença selecionar aplicações com perfis distintos. Mas eu discordo completamente.
Ainda que os rendimentos possam ser parcos, a noção de distribuição dos ovos em várias cestas é fundamental desde o início. É esta mentalidade que fará com que você consiga gerenciar seu patrimônio ao longo da vida, sem perder de vista a noção balanceada entre risco e retorno.
O que custa você começar a colocar dinheiro no Tesouro Direto, ter uma reserva em um fundo DI e começar a tatear a Bolsa, eventualmente por meio de um fundo de ações ou comprando alguns papéis diretamente? Onde está escrito que só ricos têm acesso a esses produtos?
Quer ser preguiçoso? Ao menos tire o dinheiro da sua poupança e coloque em um fundo DI com a menor taxa possível, de até 0,30% ao ano. Você vai ganhar pouco, mas, ao menos, fará o mínimo de sua lição de casa.
Estamos em 2019, num dia em que finalmente a discussão sobre a reforma da previdência começa a sair do papel. Não há saída fácil e o governo, que nunca foi pai ou mãe de ninguém, deixará cada vez mais de ajudar o cidadão no futuro.
Cabe a todos entenderem o quanto antes que a preguiça custa caro apenas a uma pessoa: você mesmo. Bora deixar de lado a procrastinação e virar gente grande?
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