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Vencida a disputa, mercado cobrará plano de trabalho
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Restando apenas uma semana para o resultado das eleições, a principal expectativa do mercado financeiro já não é mais pelo nome que sairá das urnas, uma vez que todas as pesquisas, até aqui, apontam Jair Bolsonaro (PSL) eleito para Presidência da República, mas sim pelo que virá em seguida, ou seja, qual será, de fato, o plano de trabalho do próximo governo.

Do ponto de vista do mercado financeiro, a perspectiva de vitória do candidato do PSL é vista de forma positiva, principalmente pela esquerda não assumir o Governo Federal e por ter ao seu lado o economista Paulo Guedes, fiador da ideia de que é possível aprovar a reforma da Previdência. Obviamente que isso não responde a todas as questões dos investidores. Longe disso.

Porém, o fato é que, pelo menos a curto prazo, os indicadores são promissores. Depois de o Ibovespa ter se aproximado mais uma vez de sua máxima histórica com volume recorde após o 1º turno, e o dólar comercial ficar abaixo de R$ 3,70 pela primeira vez desde maio deste ano, a tendência é que o otimismo ganhe força até a confirmação do resultado esperado.

Pode até acontecer de a bolsa apontar novas altas e o valor da moeda norte-americana recuar um pouco mais.  Mas não descartamos ajustes pontuais e previsíveis após desempenhos mais robustos.

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Novembro está chegando e, após as eleições, a pressão por respostas e detalhes das novas políticas serão cada vez mais fortes. Esses apontamentos serão fundamentais para calibrar as expectativas do mercado e seus investidores para o próximo ano.

Uma sinalização importante e que precisa ser dada o quanto antes diz respeito à promessa de campanha referente ao compromisso e engajamento na condução da reforma da previdência. Principalmente com a indicação dos parâmetros da nova proposta, uma vez que o candidato sinaliza que não seguirá com a atual apresentada pelo governo Temer e engavetada pelo Congresso. Há expectativas não só em relação à idade mínima, mas também sobre como será acomodado o passivo de servidores públicos, incluindo os militares.

Outra definição importante será a composição do time de Paulo Guedes, com a definição sobre a permanência ou não de Ilan Goldfajn na presidência do Banco Central. Mais do que isso, uma posição mais clara sobre a autonomia do BC que, se concedida, poderá impulsionar ainda mais o mercado.

No quesito privatizações, ainda que o candidato do PSL já tenha retrocedido em relação à Eletrobras, há um conjunto de estatais  federais, incluindo a unidade de distribuição e refino da Petrobras, que ainda pode ser negociada. Algo que caso se concretize também tranquilizará o mercado.

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É claro que daqui até o final do ano muitos outros fatores interferirão no desempenho dos ativos brasileiros, inclusive o cenário externo. A política de juros dos Estados Unidos continua sendo um elemento fundamental para desenhar estratégias de investimentos em todas as praças financeiras do mundo, inclusive no Brasil.

Todas essas questões são relevantes e precisam ser respondidas com a maior brevidade e clareza possível. Mas como já dissemos aqui nesse espaço anteriormente, se o novo governo atender de 30% a 40% dessas necessidades já será suficiente para que o mercado possa seguir sua trajetória de alta no curto e médio prazos.

Portanto, os riscos devem continuar a serem monitorados e isso não impede que os investidores continuem aproveitando oportunidades e se preparando para o novo ciclo de ganhos que a B3 mostrará, como alertamos na semana passada e desta vez novamente.

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