Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo

Os piores investimentos em renda fixa para 2019

É hora de repensar os investimentos. Foto: Bigstock (Foto: )

Já relatei nesta coluna o que esperar em termos de cenário e as principais indicações de investimentos no mercado financeiro para 2019. Também fiz um balanço do ano, trazendo um pouco do desempenho histórico. Agora, também é preciso falar sobre as piores aplicações financeiras para o ano que entra, para que o investidor tenha um cenário completo e possa tomar boas decisões. Pois bem, avaliando todos que estão inseridos no segmento de renda fixa, seleciono cinco:

1. CDB que remunera abaixo de 80% do CDI

Os tradicionais CDBs são remunerados em grande parte atrelados à variação do CDI, a taxa interbancária que tem um histórico sempre próximo à Selic. Atualmente, está em 6,4% ao ano, com a taxa básica de juros em 6,5% ao ano. Dessa forma, bancos tradicionais oferecem a pequenos investidores uma rentabilidade entre 70% e 80% do CDI, o equivalente a um retorno anual de 4,5% e 5,1%, ou seja, algo próximo à poupança, mas com a necessidade de ainda descontar o Imposto de Renda sobre os ganhos da aplicação. Para se ter uma ideia, atualmente, uma boa aplicação de um ano, com retorno de 115% do CDI, renderia 7,5% – e é isso que o pequeno investidor deve buscar. Os CDBs com retorno mais elevado são emitidos por bancos de pequeno e médio porte e distribuídos por meio das plataformas digitais de investimento.

2. Fundos de previdência privada que cobram altas taxas de administração e taxa de carregamento

Em um momento que tanto se fala da Reforma da Previdência, mais brasileiros têm procurado fundos de previdência privada. Não só para 2019, mas para toda sua vida de poupador, é necessário buscar bons investimentos com altas taxas de retorno, aliado ao baixo risco e custos reduzidos. Neste segmento há fundos que cobram além da taxa de administração anual, as taxas de carregamento, entrada e saída. Estas acabam onerando as aplicações e, por consequência, impactando na rentabilidade. Um dos pontos a serem observados é a taxa de administração anual: em geral, quanto menor, melhor. No entanto uma recomendação seria algo próximo de 1% a 1,5% ao ano em fundos ativos, ou seja, aqueles em que o gestor busca oportunidades de mercado para rentabilizar melhor as cotas do fundo. Atente-se também para que não haja nenhuma das outras três comentadas acima. Sem dúvida, isso fará um diferencial enorme no seu patrimônio pensando na aposentadoria.

3. Fundos de investimento em renda fixa que cobram altas taxa de administração

Assim como comentado acima, aqui destaco o mesmo caso. Busque fundos de renda fixa com taxas próximas ou abaixo de 0,5% ao ano. Se realizar “uma conta de padaria”, com a Selic atual em 6,5% ao ano e taxa de administração de 3%, por exemplo, um fundo que remunere em 100% do CDI, de largada, deverá rentabilizar seus cotistas em apenas 3,5% ao ano – taxa abaixo da inflação inclusive. Portanto, é de extrema importância observar atentamente qual a taxa de administração anual cobrada pelo fundo de investimento em renda fixa que irá realizar a aplicação.

4. Poupança

“Queridinha” daqueles que desconhecem o leque de oportunidades de produtos de investimento disponíveis no Brasil, a poupança deve fechar 2018 com retorno de 4,6%. Para 2019, com a expectativa de manutenção da Selic em 6,5% (ao menos no 1º semestre do ano), o retorno mensal deverá continuar sendo de 0,37%, dado que a rentabilidade desta aplicação é de 70% da taxa básica de juros da economia – enquanto um investimento indexado a 100% do CDI poderá rentabilizar cerca de 0,5% ao mês.

Segundo dados do Banco Central, no mês de novembro houve captação liquida de R$685 milhões, o que significa que milhares de reais deixarão de render melhor em outras aplicações financeiras. Hoje são mais 150 milhões de brasileiros que detém cerca de R$740 bilhões na poupança, sendo mais de 15 mil pessoas com patrimônio acima de R$1 milhão. Infelizmente, estes dados mostram que há, ainda, muito desconhecimento por parte do pequeno investidor no Brasil.

5. FGTS

Por último, trago as perspectivas para o pior destaque para 2019. Muitas pessoas não consideram o recurso do FGTS uma aplicação financeira, dado que não é possível movimentá-lo no dia a dia. No entanto, é importante conhecer que o retorno de 3% somado à Taxa Referencial, o retorno desta “aplicação”, nos último 20 anos, ficou abaixo da inflação em 19 anos. Aliás, a Taxa Referencial (TR), implementada no Governo Collor na década de 1990, teve sua última correção em agosto de 2017, ou seja, nos últimos meses o retorno foi nulo. Dentro da campanha para as eleições à presidência da República, o candidato pelo PSDB, Geraldo Alckmin, mencionou uma proposta para flexibilizar a utilização deste recurso. No entanto, desde as eleições, o assunto não voltou à pauta. Por estas razões, sugiro que aqueles que têm possibilidade de resgatar o recurso para utilização própria, que o façam.

Portanto, na minha visão, estes devem ser os cinco piores investimentos de renda fixa em 2019. Você deve estar se perguntando sobre renda variável – como dólar, mercado de ações, commodities, entre outros. Por se tratar de renda variável, não seria correto incluí-los nesta análise, pois a rentabilidade destes ativos pode variar, tanto para cima quanto para baixo. Fique atento a todos os pontos mencionados no texto para não fazer de 2019 um ano prejudicial ao seu dinheiro.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.