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A relação do novo Congresso com o mercado

Vista geral do Senado. Foto: Sergio Lima/AFP (Foto: )

Neste último final de semana assistimos ao desfecho de uma agenda relevante para o Governo Federal: as disputas pelas presidências da Câmara e do Senado. Na primeira, como já era esperado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito no primeiro turno. Já no Senado, em uma eleição cheia de controvérsias e reviravoltas, Davi Alcolumbre (DEM-AP) venceu e agora promete dar novo rumo à casa pelos próximos dois anos.

Ao que tudo indica, não houve “dedo” do governo para influenciar as eleições na Câmara. Já no Senado, o Ministro-Chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni, atuou diretamente para que o candidato do Democratas buscasse a liderança da casa. Renan Calheiros, seu principal adversário, ficou pelo caminho, mas agora poderá reforçar a oposição na tentativa de barrar a agenda do governo Bolsonaro.

Após estas decisões, o caminho natural será o diálogo entre ambas as casas e a articulação do novo governo para dar andamento à agenda de reformas, privatizações e concessões. Entretanto, o mercado acredita em discussões mais alongadas em torno da reforma da previdência, que poderá mudar o rumo do país tanto no curto quanto longo prazo. A expectativa, porém, é de um final feliz para a matéria.

Ao que tudo indica, o texto elaborado pela equipe econômica será enviado ao Congresso até o final deste mês e terá ênfase em ajustes que garantam sobra de recursos já no curto prazo para setores-chave como Segurança, Educação e Saúde.

Enquanto isso, há muita expectativa também para as ações de mídia que serão realizadas para “vender” a necessidade da reforma à população ainda no primeiro semestre deste ano. Caso isso se concretize e o projeto aprovado seja consistente, poderemos ter novas perspectivas para a taxa de juros, com possibilidade de novos cortes ainda em 2019, e crescimento sustentável do país pelos próximos anos.

Privatizações e concessões

Já no cenário de privatizações e concessões, o atual secretário de Desestatização e Desinvestimento, Salim Mattar, afirmou que deverão permanecer como estatais apenas Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. No entanto, a privatização de muitas das demais empresas pertencentes ao governo precisarão passar pelo crivo da Câmara e do Senado Federal, a começar pela Eletrobrás. Sendo assim, será necessário muito diálogo e articulação do governo para avançar com as propostas.

Todo esse contexto acima visa mostrar que é impossível não relacionar política com economia e, por consequência, o impacto nos seus investimentos. O futuro da economia depende desta agenda, assim como taxa de juros, inflação, entre outros indicadores. Portanto, se você possui aplicações financeiras – ou deseja entrar, é necessário estar atento aos desdobramentos do campo político. Só assim será possível avaliar as oportunidades que se apresentarão em todo o mercado financeiro, seja na renda fixa ou no mercado de ações.

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