
Pense num sistema em que os responsáveis pela segurança ficam vigilantes o tempo todo, isto é, nunca dormem. É dessa forma que opera a estrutura Muralha Digital, implantada pela Prefeitura de Curitiba. O sistema permite monitoramento em tempo real, por meio do uso de tecnologia e inteligência.
A Muralha Digital consiste num sistema de videomonitoramento inteligente, lançado em 2021, que está integrado e interligado a diversas ações. A estrutura traz celeridade no tráfego de dados e, com isso, permite intercâmbio permanente de informações. Com esse sistema, é possível o emprego combinado de agentes de segurança pública e o desenvolvimento de políticas públicas de prevenção do crime e da violência.
Dois mil “olhos” vigilantes
O Centro de Controle Operacional da Muralha está equipado com cerca de 2 mil câmeras – 1.325 fixas, 515 bodycams e 160 câmeras veiculares –, que passaram a monitorar ruas e pontos estratégicos, como terminais de ônibus, escolas e praças. No primeiro ano de operação, as ocorrências de crimes nos locais monitorados sofreram redução de 40%.
Além das câmeras fixas, em 2022 os agentes da Guarda Municipal passaram a usar bodycams (câmeras corporais). O equipamento permitiu nova dinâmica para as abordagens, com maior transparência nas ações dos guardas municipais e redução no uso da força.
As bodycams usadas pela Guarda Municipal de Curitiba também são fundamentais para a coleta de provas e na apuração de possíveis irregularidades. O uso dos equipamentos ajuda na responsabilização por crimes e na melhoria da segurança pública, além de servir como ferramenta de investigação e registro de ocorrências.
Uso de IA e privacidade
Uma das preocupações da administração municipal, com o sistema de monitoramento digital, está voltada à privacidade das pessoas. Tanto que a sancionou a Lei da Inteligência Artificial, que estabelece princípios e diretrizes para a adoção e o uso da IA na administração pública municipal direta e indireta, o que inclui os serviços de segurança.
Com a IA, as câmeras do sistema Muralha Digital passaram a ter reconhecimento facial. Agora, são capazes de identificar indivíduos com base em características faciais únicas e comparar essas informações com bancos de dados de pessoas procuradas.
Outro dado importante é que a IA possibilita que às câmeras da Muralha Digital detectem e reconheçam ameaças com maior precisão do que as câmeras tradicionais. Os equipamentos podem distinguir entre pessoas, animais e objetos, o que reduz os falsos alarmes.
A Guarda Municipal tem no uso de IA um grande aliado. As câmeras são capazes de analisar as imagens em tempo real, ajudando os guardas municipais e agirem de forma mais rápida.
As câmeras com IA também reconhecem placas de veículos, facilitando o monitoramento de entradas e saídas da cidade. Com acesso a essas informações, é possível estabelecer rotas feitas por criminosos, cruzar as informações do veículo e indicar sua provável localização.
Integração com sistemas privados
Com o aumento da criminalidade, medidas de prevenção têm sido cada vez aplicadas por moradores, empresas e instituições. Ainda não existe, no entanto, uma definição sobre a integração a Muralha Digital a câmeras particulares. Apesar de já haver debates nesse sentido, para a Prefeitura de Curitiba a integração demanda estudos cuidadosos.
Curitiba 332 Anos: #ofuturoéproteger