Com 2 mil “olhos digitais” e inteligência artificial (IA), Curitiba monitora em tempo real ruas e pontos estratégicos, como terminais de ônibus, escolas e praças
Com 2 mil “olhos digitais” e inteligência artificial (IA), Curitiba monitora em tempo real ruas e pontos estratégicos, como terminais de ônibus, escolas e praças| Foto: Luiz Costa/SMCS
  • Por Prefeitura Municipal de Curitiba apresenta: Curitiba 332 Anos
  • 27/03/2025 16:29
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Pense num sistema em que os responsáveis pela segurança ficam vigilantes o tempo todo, isto é, nunca dormem. É dessa forma que opera a estrutura Muralha Digital, implantada pela Prefeitura de Curitiba. O sistema permite monitoramento em tempo real, por meio do uso de tecnologia e inteligência.

A Muralha Digital consiste num sistema de videomonitoramento inteligente, lançado em 2021, que está integrado e interligado a diversas ações. A estrutura traz celeridade no tráfego de dados e, com isso, permite intercâmbio permanente de informações. Com esse sistema, é possível o emprego combinado de agentes de segurança pública e o desenvolvimento de políticas públicas de prevenção do crime e da violência.

Dois mil “olhos” vigilantes 

O Centro de Controle Operacional da Muralha está equipado com cerca de 2 mil câmeras – 1.325 fixas, 515 bodycams e 160 câmeras veiculares –, que passaram a monitorar ruas e pontos estratégicos, como terminais de ônibus, escolas e praças. No primeiro ano de operação, as ocorrências de crimes nos locais monitorados sofreram redução de 40%.

Além das câmeras fixas, em 2022 os agentes da Guarda Municipal passaram a usar bodycams (câmeras corporais). O equipamento permitiu nova dinâmica para as abordagens, com maior transparência nas ações dos guardas municipais e redução no uso da força.

As bodycams usadas pela Guarda Municipal de Curitiba também são fundamentais para a coleta de provas e na apuração de possíveis irregularidades. O uso dos equipamentos ajuda na responsabilização por crimes e na melhoria da segurança pública, além de servir como ferramenta de investigação e registro de ocorrências. 

Uso de IA e privacidade

Uma das preocupações da administração municipal, com o sistema de monitoramento digital, está voltada à privacidade das pessoas. Tanto que a sancionou a Lei da Inteligência Artificial, que estabelece princípios e diretrizes para a adoção e o uso da IA na administração pública municipal direta e indireta, o que inclui os serviços de segurança.

Com a IA, as câmeras do sistema Muralha Digital passaram a ter reconhecimento facial. Agora, são capazes de identificar indivíduos com base em características faciais únicas e comparar essas informações com bancos de dados de pessoas procuradas.

Outro dado importante é que a IA possibilita que às câmeras da Muralha Digital detectem e reconheçam ameaças com maior precisão do que as câmeras tradicionais. Os equipamentos podem distinguir entre pessoas, animais e objetos, o que reduz os falsos alarmes.

Centro de Controle Operacional da Muralha Digital recebe dados de 1.325 câmeras fixas, 515 bodycams e 160 câmeras veiculares.| Foto: Rodrigo Felix Leal/ANPr

A Guarda Municipal tem no uso de IA um grande aliado. As câmeras são capazes de analisar as imagens em tempo real, ajudando os guardas municipais e agirem de forma mais rápida.

As câmeras com IA também reconhecem placas de veículos, facilitando o monitoramento de entradas e saídas da cidade. Com acesso a essas informações, é possível estabelecer rotas feitas por criminosos, cruzar as informações do veículo e indicar sua provável localização.

Integração com sistemas privados

Com o aumento da criminalidade, medidas de prevenção têm sido cada vez aplicadas por moradores, empresas e instituições. Ainda não existe, no entanto, uma definição sobre a integração a Muralha Digital a câmeras particulares. Apesar de já haver debates nesse sentido, para a Prefeitura de Curitiba a integração demanda estudos cuidadosos.

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