Em um mundo cada vez mais dinâmico e globalizado, a área de gestão de pessoas vem se transformando à medida que as organizações enfrentam desafios humanos mais complexos. No atual contexto, as expectativas dos colaboradores mudaram, a inserção de novas tecnologias alterou a forma de trabalho preestabelecida e o acompanhamento das tendências se tornou essencial.
De acordo com a consultora de desenvolvimento humano e organizacional, e também ex-presidente ABRH-PR, Andréa Gauté, para lidar com os desafios, os gestores devem partir do princípio de que nada é estático. É preciso preparar a empresa para os processos de aprendizado contínuo, revisitando fluxos de trabalho para atender tanto às novas demandas quanto às novas ferramentas e tecnologias.
Entretanto, alguns outros desafios surgem no caminho e acabam se tornando tendência, como a discussão pelo engajamento dos colaboradores para retenção de talentos e pelo bem-estar e a saúde dos mesmos. Se o profissional está com uma boa saúde mental, ele toma decisões mais eficazes, logo, estará contribuindo para um clima mais ameno e de mais produção.
“Nós nunca tivemos um número tão grande de pessoas com burnout, com estresse, com síndrome do pânico, com ansiedade, com depressão e até mesmo com obesidade. Então, as organizações têm trabalhado políticas para a saúde e para o bem-estar. Tem empresa implantando a área dentro de gestão de pessoas como felicidade e bem-estar do colaborador, criando uma série de políticas e procedimentos para cuidar da saúde mental”, apontou a consultora.
Aliado a isso, as organizações estão ampliando o olhar para a diversidade, mesmo sendo desafiador promover um trabalho genuinamente inclusivo e diverso. Como abordado por Gauté, “trabalhando a diversidade, em termos de gênero, de raça, de etnia e de idade, a gente vai conseguir, trabalhar mais criatividade, mais inovação e ter uma cultura mais heterogênea, sendo olhada por diversos prismas”.
Soluções inovadoras já estão acontecendo
Há quem pense que a inovação ainda será incluída nas organizações, mas a verdade é que as tendências já estão sendo transformadas em ações e devem ser cada vez mais aprimoradas nos próximos anos. Exemplos disso são os trabalhos híbridos e flexíveis e a estruturação de programas para diversidade, inclusão e saúde mental que já são uma realidade.
“A gente só vai ter inovação se a gente tiver, primeiro, trabalhado a diversidade dentro da equipe, se a gente conseguir trazer pessoas com perfis diferentes, com olhares diferentes para o nosso time,” reforça Gauté.
A tecnologia também tem seu grande valor. Ela já vem auxiliando na coleta de dados dos colaboradores através do People Analytics, uma abordagem que organiza e diagnostica dados sobre as equipes da empresa por meio de softwares que cruzam as informações de diversas fontes — tudo para otimizar o gerenciamento de Recursos Humanos e promover ações personalizadas que trabalhem o Life Long Learning, ou seja, um aprendizado continuado.
Um ponto-chave para aderir a soluções inovadoras é desenvolver a liderança. Os líderes devem ser personagens que inspiram e integram equipes, sem que haja uma relação de comando e controle, e, principalmente, sem a cultura de punição.
“Um ponto importante é que os líderes estejam engajados nessa cultura de inovação, que estimulem as equipes a criarem, a não resistirem à mudança, a trabalharem de uma forma colaborativa, trazendo muitas ideias. É trabalhar muito nesse sentido. E aí você vai desenvolvendo os líderes e as equipes, criando essa cultura de inovação, de busca de melhoria contínua dentro da organização”, explica a consultora.
A cultura organizacional tem, de fato, evoluído e aderido à inovação. Porém, não se deve abrir mão das pessoas no centro da estratégia, afinal, elas continuam sendo primordiais para alcançar resultados.