Essa é uma boa hora para a compra do imóvel? Ainda que pese a sensibilidade do momento atual, para quem quer sair do aluguel ou da casa dos pais, e até mesmo fazer um upgrade (trocar a residência atual por uma que atenda às necessidades da família em termos de tamanho, área de lazer e bairro), o momento não poderia ser melhor.
A opinião é do diretor de Finanças da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), Gustavo Berto, que explica o motivo: “nunca tivemos taxas de juros tão baixas para financiamento imobiliário em nosso país”.
Basta comparar o cenário do crédito nos últimos quatro anos: em 2016, a taxa de juros para financiamento habitacional para a compra do imóvel variava entre 10,5% a 12% ao ano. Agora, em 2020, a taxa média praticada pelos bancos é de 7%.
Essa redução da taxa de juros tem impactos no poder de compra e na capacidade financeira do consumidor, como mostra Berto. O diretor de Finanças da Ademi-PR sugere a seguinte comparação: em 2016, para financiar um valor de R$ 500 mil, a primeira prestação seria em torno de R$ 5.700,00.
Hoje, para o mesmo comprador financiar a compra do mesmo imóvel, mantendo o teto de financiamento de R$ 500 mil, a primeira parcela é de R$ 4.400,00, economia de R$ 1.300,00, ou seja, 25% no valor da prestação.
“Com uma parcela inicial mais baixa, as pessoas têm acesso a um valor maior de financiamento e muito mais facilidade de aprovação dos valores que necessitam. Sem sombra de dúvidas, esse é o momento para realizar o sonho da casa própria e garantir a segurança do investimento”, opina Berto.
O diretor da Ademi-PR diz ainda que o momento é favorável para os investidores, que têm nos imóveis residenciais um ativo de grande potencial de valorização. A última pesquisa da Ademi-PR/BRAIN revela que os apartamentos novos na capital paranaense tiveram uma correção de 5,1% no 2º trimestre de 2020, em relação ao mesmo período de 2019, ante uma inflação de 2,1%, chegando a R$ 8.272,00 a média do metro quadrado privativo. “Isso indica ganho patrimonial real”, ressalta.
A diversidade de linhas de crédito existentes no mercado e o apetite dos bancos para fisgar o cliente também conferem importantes vantagens ao comprador, segundo Berto. “Os bancos estão com uma negociação bastante agressiva e esse é um momento favorável para buscar um financiamento imobiliário”, comenta.
Financiamento imobiliário: tipos e orientações
“Existem diversas linhas de crédito para financiamento, com base no IPCA, com taxas de juros ainda mais baixas. Para os clientes mais conservadores, há modalidades de crédito com taxas de juros fixas sem correção”, comenta o diretor de Finanças da Ademi-PR.
As modalidades de crédito mais comuns e seus índices de correção são:
1.Financiamento para compra do imóvel, com correção pela Taxa Referencial (TR) - modelo tradicional de financiamento, mais utilizado no mercado imobiliário. “Vale lembrar que, desde setembro de 2017, a TR está ‘zerada’, ou seja, sem correção alguma”, lembra Berto.
2.Financiamento para compra doo imóvel, com correção pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) – modelo de financiamento recentemente ofertado, com taxas de juros mais baixas do que a TR, mas com risco de aumento da correção pelo IPCA. “Essa linha de crédito é indicada para quem tem a previsão de quitar seu financiamento em um prazo menor, em até três ou quatro anos, por exemplo”, orienta Berto.
3.Financiamento para compra do imóvel, sem correção monetária – modelo de financiamento recentemente ofertado, no qual as taxas de juros são mais altas, mas não existe nenhum fator de correção monetária. “Essa linha de crédito tem a maior previsibilidade de parcelas ao longo do contrato, mas com um custo atualmente mais alto que as demais modalidades”, observa Berto.
Para quem já se decidiu pela compra do imóvel e vai financiar uma parte do bem, o diretor de Finanças da Ademi-PR lembra que, tão importante quanto verificar a taxa de juros, é a análise do Custo Efetivo Total (CET) praticado por cada banco. É a CET que mostra o impacto real do custo do financiamento na mensalidade e no valor final da compra do imóvel. “O cliente também deve prestar atenção no valor do seguro, que tende a aumentar mais significativamente a partir dos 50 anos”, alerta.