O consórcio imobiliário atrai quem busca o primeiro imóvel ou, ainda, quem deseja ter uma carteira de bens para fazer da locação uma fonte de renda. Porém, a modalidade oferece uma vantagem desconhecida por muitos: a possibilidade de transformar a carta contemplada em uma oportunidade de negócio com rendimentos acima da média do mercado.
A contemplação, ou seja, a liberação do crédito contratado, pode não coincidir com o momento no qual o consorciado deseja adquirir, construir ou reformar um imóvel. Nesses casos, ele tem a possibilidade de negociar sua carta de crédito, uma transação que gera benefícios tanto para quem a vende como para quem a compra.
Os rendimentos para o vendedor dependerão do total de parcelas já pagas. Por exemplo, se o consorciado entrou em um grupo de 180 meses e foi contemplado no segundo mês, provavelmente ele terá um lucro maior em relação ao cliente contemplado no décimo mês e que também colocou a carta para negociação. Já para quem adquire uma carta contemplada, o benefício é poder usufruir imediatamente do valor, aumentando o poder de compra do imóvel.
Quando é feita uma negociação de compra e venda de carta contemplada, além do valor da compra, são cobradas despesas tributárias da operação. Também estão contabilizadas as parcelas já pagas, o valor do lance, os impostos, a comissão do consultor de vendas e o ganho financeiro solicitado no negócio.
“Esse valor depende da forma como o crédito foi contemplado, por sorteio ou por lance, e da quantidade de parcelas pagas. Quem recorre a esse tipo de transação geralmente paga um valor maior do que em um consórcio original. Mesmo assim, o negócio ainda é rentável porque, considerando o valor final do imóvel, ele ainda é bem mais econômico quando comparamos com outras alternativas, como o financiamento”, afirma Handerson Brito, gerente comercial da Ademilar Consórcio de Investimento Imobiliário.
Não há dúvidas de que negociar uma carta contemplada é uma operação vantajosa, porém, como todo investimento, é necessário ter algumas precauções. É essencial se informar sobre a cota que pretende adquirir, consultando a administradora de consórcio. Depois dessa análise, recomenda-se fazer os cálculos e checar se o valor a ser pago é interessante. “Se a pessoa que tem interesse em comprar a carta contemplada tiver disponível um valor equivalente a pelo menos metade do valor do crédito, pode ser mais vantajoso adquirir um consórcio original e ofertar um lance, economizando, assim, o valor referente à comissão do vendedor da cota”, diz Brito.
Além disso, é prudente que o interessado neste tipo de negociação busque suporte para o processo de vistoria do imóvel e levantamento da documentação necessária. “O ideal é que qualquer transferência de valores ocorra apenas depois de todos os trâmites burocráticos: processo aprovado, contrato e termos assinados”, finaliza o gerente da Ademilar Administradora de Consórcio Imobiliário.